No mês do seu 93º aniversário, quatro novas edições de José Saramago

José Saramago, que faria 93 anos a 16 de novembro, terá este mês a sua obra na Porto Editora aumentada para 21 títulos. Todos os Nomes, A Jangada de Pedra, Terra do Pecado e Objeto Quase: quatros livros muito especiais na obra do Nobel português que regressam às livrarias a 5 de novembro, com capas que contaram com a colaboração – escrevendo o título com a sua caligrafia – de Miguel Gonçalves Mendes, Mário Cláudio, José Luís Peixoto e João Tordo, respetivamente.

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Prosa Escolhida de Álvaro de Campos

Um novo e importante volume na Coleção Pessoa Breve, com textos inéditos do heterónimo pessoano.

Chegou às livrarias Prosa Escolhida de Álvaro de Campos, um novo volume da Coleção Pessoa Breve, organizada por Fernando Cabral Martins e Richard Zenith. Muitos dos mais importantes textos em prosa de Fernando Pessoa, não contando com o Livro do Desassossego, são assinados por Álvaro de Campos, um heterónimo central da obra pessoana e o único que publica prosa polémica, manifestos e ensaios em vida de Pessoa.

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Compota de damasco e outros contos, de Aleksandr Soljenítsin

Compota de damasco e outros contos, do Nobel da Literatura de 1970, estava até agora inédito em Portugal
Traduzido diretamente do russo por António Pescada, este livro é um exemplo marcante da voz singular deste autor e consolida o seu lugar como um dos gigantes da literatura contemporânea.

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Biografia do Língua, Mário Lúcio Sousa

O narrador deste romance é um condenado à morte a quem é concedido um último desejo; e o que escolhe é contar uma história, mais precisamente a da vida do Língua, um escravo que falou aos sete meses de idade e teve direito a biografia encomendada pelo rei de Portugal.

Dá-se então um verdadeiro milagre: não só a história parece não ter fim, porque a vida do Língua está recheada de episódios em que os detalhes são de extrema importância, como começa a juntar-se cada vez mais gente para a ouvir – são às centenas os que todos os dias chegam à falésia de armas e bagagens, filhos, mulas, araras e macaquinhos, dispostos a fazer do lugar a sua casa só para não perderem pitada do relato. E, enquanto o narrador vai ganhando anos no cadafalso parindo magia, é toda uma comunidade que se vai criando em torno da maravilha de contar histórias, passando a língua a ordenar o tempo em vez do relógio.

Nota de Imprensa da LeYa.

Biografia do Língua

A Instrumentalina, de Lídia Jorge

A infância tem sido, para inúmeros escritores, uma espécie de arca doirada da qual retiram muita da inspiração que alimenta as suas obras. A Instrumentalina, agora em nova edição, é um desses casos de maravilhada referência às emoções dos anos de juventude.

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José Luís Peixoto | Em Teu Ventre

Em iniciativa promovida pela Junta de Freguesia de Fátima

José Luís Peixoto apresenta em Fátima romance que retrata tempo das aparições 

“Para mim hoje é um dia muito feliz”. Foram estas das primeiras palavras que o escritor José Luís Peixoto proferiu em Fátima na apresentação do seu último livro, “Em teu ventre”, no dia em que a obra chegava às livrarias em Portugal, a 23 de outubro.

Isto porque aquando do convite para vir a Fátima apresentar um dos seus livros no Festival Literário que a autarquia local levará a efeito em novembro, José Luís Peixoto encontrava-se precisamente a escrever esta sua obra em que pretendeu retratar de um ponto de vista novo o tempo das aparições de Fátima, e ainda não tinha dado conhecimento público do que fazia. Esta coincidência, referiu, “teve um significado imenso para mim e fez-me um sentido que não consegui explicar completamente, mas nem tudo precisa de ser explicado”.

A apresentação em Fátima, numa organização da Junta de Freguesia, teve lugar na Escola de Hotelaria, com casa cheia, e antecedeu o lançamento do “Tabula Rasa – Festival Literário de Fátima”, agendado para 18 a 22 de novembro próximo.

“Em teu ventre” foi apresentado por Miguel Real, escritor, ensaísta e professor de Filosofia, que qualificou o livro como “um dos melhores romances de José Luís Peixoto”.

O romance, que o próprio autor designa de novela, embora ficcional, assenta em figuras e acontecimentos relacionados com as aparições de Maria em Fátima, em 1917. “As aparições não são narradas, os seus efeitos são”, disse Miguel Real.

Por seu lado, o autor sublinha que “o livro é constituído por duas grandes dimensões”: a coletiva, “que tem que ver com a memória histórica, com a dimensão que diz respeito a todos, à história de Portugal e à história deste episódio do catolicismo”, e a dimensão “da reflexão sobre as mães”.

José Luís Peixoto recordou que “desde que disse que tinha escrito um livro sobre a memória histórica de 1917”, a pergunta mais recorrente que lhe é colocada é “Como podes escrever sobre isso?”. Para o autor, Fátima, trata-se de “um tema muito relevante da história portuguesa do Século XX, da memória histórica de Portugal”.

Como fontes principais para “Em teu ventre”, o autor usou as “Memórias da Irmã Lúcia” e a obra “Era uma Senhora mais brilhante que o Sol”, do padre João M. de Marchi.

Narrado pela personagem Deus, a personagem principal do livro é Lúcia, um três videntes, escolhida precisamente porque “é a mais velha, a única que viu, ouviu e falou, e por ser aquela que nos deu conta dessa história”.

Para José Luís Peixoto, a obra “é um objeto literário, não é um documento histórico, mas era importante que tivesse algum rigor”, daí que, “não sendo realista, tem aspetos enganchados no realismo”. Até mesmo temporalmente a narração está marcada entre maio e outubro, meses das aparições.

Após a apresentação de “Em teu ventre” teve lugar o lançamento do “Tabula Rasa – Festival Literário de Fátima”. A noite terminou com uma sessão de autógrafos de José Luís Peixoto.

Em serviço de assessoria de imprensa para a Junta de Freguesia de Fátima :

LeopolDina Reis Simões – Assessoria de Imprensa e Comunicação

dinareissimoes@gmail.com

https://www.facebook.com/LeopolDina2015

(351) 962 747 440

Labareda | Maria Isabel Fidalgo

 

 

Ao entardecer do estio, meu amor
no tempo das amoras trepadeiras
quando vacilava a luz do sol
as teias da paixão eram arteiras.

Crepitava junto à minha a tua boca
fatia de maçã avermelhada
suspirava na água a doce fonte
ávida do cântaro que entornava

Ao redor de nós aloirava o azul
do éden macio, doce e farto
estendido no manto da lonjura

E na bola laranja do arrebol
duas brasas cerzidas numa só
ardiam num alarido de loucura.

maria isabel fidalgo

Cogitação profunda do Sr. S. sobre o estado-a-que-isto-chegou | Domingos da Mota

 

 

Aturo a democracia

dos que votam em quem voto.

Quanto aos outros, com a azia,

sinto náuseas se noto

uma tendência, diria,

com laivos que não tolero,

que ameace as conezias

dos parceiros que venero.

Como se pode aceitar

que alguns, fora do arco,

tentem sequer abonar,

conceder, mesmo que parco,

um apoio a quem não vota

como eu? E não sou déspota.

 

 

Domingos da Mota

 

[inédito]

A venturosa história do usbeque mudo, de Luis Sepúlveda

A venturosa história do usbeque mudo, o novo livro de Luis Sepúlveda que, com entusiasmo e nostalgia, narra muitas das peripécias clandestinas dos jovens militantes chilenos da Juventude Comunista e da Federação Juvenil Socialista.

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Da Natureza dos Deuses, de António Lobo Antunes

Da Natureza dos Deuses, o novo livro de António Lobo Antunes, chega hoje às livrarias .

“Um autor com uma facilidade prodigiosa para enlaçar obras-primas, que dentro de cinco mil anos, em argila ou em pó de estrelas, continuarão a ser lidas com paixão.” El País

Nota de Imprensa Leya.

Da Natureza dos Deuses

O Carteiro de Pablo Neruda, de Antonio Skármeta

Mario Jiménez, jovem pescador, decide abandonar o seu ofício para se converter em carteiro da Ilha Negra, onde a única pessoa que recebe e envia correspondência é o poeta Pablo Neruda. Mario admira Neruda e espera pacientemente que algum dia o poeta lhe dedique um livro ou que aconteça mais do que uma brevíssima troca de palavras, ou o gesto ritual da gorjeta. O seu desejo ver-se-á finalmente realizado, e entre os dois vai estabelecer-se uma relação muito peculiar. No entanto, a conturbada atmosfera que se vive no Chile daquela época precipitará um dramático desenlace…

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Afirma Pereira, de Antonio Tabucchi

Lisboa, 1938. Numa Europa varrida pelo fantasma dos totalitarismos, Pereira, um jornalista dedicado toda a vida aos casos do dia, recebe o encargo de dirigir a página cultural de um jornal medíocre, o Lisboa. Pereira tem um sentido um tanto fúnebre da cultura e prefere traduzir os romancistas franceses do século XIX, dedicar-se à elegia dos escritores desaparecidos, preparar necrológios antecipados. Necessitado de um colaborador, contacta o jovem Monteiro Rossi que, apesar de ter escrito uma tese sobre a morte, está inequivocamente comprometido com a vida.

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Festival Literário Internacional de Óbidos – Cristina Carvalho

Quem já passou pela vila de Óbidos sabe bem as preciosidades históricas, monumentais que lá pode encontrar ao virar de cada esquina. E preciosidades de toda a espécie: lojas muito bonitas, com coisas escolhidas a dedo desde artesanato miúdo a roupas muito interessantes, bijutaria, pastelaria do melhor, restaurantes, casas-museu, estalagens e pequenos hotéis lindíssimos e agora, mais recentemente, as famosas livrarias. Óbidos, Vila Literária. Óbidos que acolhe em diversos locais espalhados por várias ruas, milhões de livros portugueses e estrangeiros, antigos, modernos e contemporâneos. As livrarias são espantosas! Belos espaços forrados,do chão ao tecto, com livros que, por vezes, se misturam com fruta ou ginjinha ou bolinhos ou pão. Que livros são alimento. E não basta misturar livros com fruta ou com azulejos. É preciso saber misturar para não ofender nem uns, nem outros. Tudo com elegância e precisão. Nada ao acaso. É esta a arte de vender e de mostrar.

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Mulheres de Cinza, de Mia Couto

O novo romance de Mia Couto, já se encontra em impressão. É o primeiro livro de uma trilogia, “As Areias do Imperador”, sobre os derradeiros dias do chamado Estado de Gaza, o segundo maior império em África dirigido por um africano. Ngungunyane (ou Gungunhane como ficou conhecido pelos portugueses) foi o último dos imperadores que governou toda a metade Sul do território de Moçambique. Derrotado em 1895 pelas forças portuguesas comandadas por Mouzinho de Albuquerque, o imperador Ngungunyane foi deportado para os Açores onde veio a morrer em 1906. Os seus restos mortais terão sido trasladados para Moçambique em 1985.

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As Jóias de Goa, de Fernando Sobral

Goa, Maio de 1956. Enquanto se dança o mandó, adivinha-se o fim do império português do Oriente. O assassínio de um inglês que roubou as jóias de um marajá e que tem guardado um misterioso quadro com a imagem de São Francisco Xavier acaba com a paz aparente em que todos vivem.

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Prémios PEN Clube 2015

Mário de Carvalho é o vencedor por unanimidade do Prémio P.E.N. Clube Ensaio, pelo livro Quem disser o contrário é porque tem razão (Porto Editora), e Luís Quintais venceu, em ex-aequo com Isabel Mendes Ferreira, o Prémio P.E.N. Clube Poesia com O Vidro (Assírio & Alvim), livro que já havia recebido este ano o Prémio Fundação Inês de Castro. Tanto Mário de Carvalho como Luís Quintais já haviam sido distinguidos com este galardão: Mário de Carvalho na categoria de Narrativa com Fantasia para Dois Coronéis e uma Piscina (Porto Editora) em 2003, e, há 10 anos, Luís Quintais venceu com Duelo, também na categoria de Poesia.

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Butcher’s Crossing, de John Williams

Em 1870, Will Andrews chega a Butcher’s Crossing. É jovem, fartou-se de Harvard, quer descobrir na natureza o seu “eu inalterado”. E naquele vilarejo, num Oeste prestes a ser domado, encontra o seu mentor: Miller, um caçador de poucas falas, que conhece o refúgio da última grande manada de búfalos.

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