HISTORINHA – AS FLORES E O VENTO | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/05/28, atualizado em 2015/05/28 por DasLetras – Quem é a mais bonita? Vamos, digam lá. Quem é a mais bonita? – Sou eu! Sou eu a mais bonita! – E a mais perfumada? – A mais perfumada sou eu! – E a […]
MAIO | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/05/22, atualizado em 2015/05/24 por DasLetras Oferece o canto O cuco A quem lhe faz o ninho. O labor Das abelhas Eleva-se das rosas Imitam as searas Vénias de mandarim. Há guizos De rebanhos Nas papoilas de Maio. O corpo das cerejas […]
LÍDIA JORGE | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/05/09, atualizado em 2015/05/09 por DasLetras À míngua da chuva Que os não veste Ao Sol se abandona A flor e o fruto. Só da cigarra vem O som que despe No calor que se abriga Em seu reduto. Assim eu te […]
FIANDEIRA | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/04/30 por DasLetras Na manhã Galopam cascos De cavalos mansos. Nas tuas mãos Sepulto O fuso. Herança Reflectida No luto Dos teus olhos. Rés ao fio Calosos Os teus dedos Ciciam Antepassados Jeitos. Impune Desço ao poço da memória. […]
EUGÉNIO DE ANDRADE | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/04/22 por DasLetras Na brancura das rosas A tua solidão O fel que macula os dias. Nos teus olhos Asas em voos de coragem Beijos Desejos Tentação. O teu labor preso na folha de papel Como o sabor do […]
A TENDA | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/04/11 por DasLetras Na tenda Feita de uns metros de plástico Roto e transparente Uma mulher Um homem e o vento Sob a noite de Inverno Inclemente Devassada pelas luzes dos faróis. Como espectros Sobre o terreno alagadiço e […]
RIO EMIGRADO | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/03/29, atualizado em 2015/03/30 por DasLetras Sobre o líquen dos seixos Patrício do rumorejo das alfarrobeiras Um rio avança a solidão do nome. Por entre o tojo À transparência líquida do corpo Sua pergunta corre: Onde os olhos nas manhãs das minhas […]
Uma Estátua no meu Coração | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/03/28 por DasLetras Excerto do prefácio «[…] coração é que não falta nesta prosa escorreita por onde Soledade Martinho Costa nos convida a passear, seguindo-lhe o rasto e correndo com ela aqueles caminhos que foi traçando em cada página, […]
MUTAÇÃO | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/03/22, atualizado em 2015/03/15 por DasLetras Rodou nos gonzos O ranger antigo A sentir na mão a faca apetecida Com que rasgou o oiro do Outono E a repelir silêncios reprimidos Sorveu como da fonte a brisa à madrugada. Deu passos ao […]
MARIA VELHO DA COSTA | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/03/15 por DasLetras Porque os tempos não eram O que hoje são Mais a voz se elevou A romper trevas A inundar de luz a escuridão Rompeu feita coragem Sem medo ao medo A fustigar as normas E o […]
MARES DE ESPANTO | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/02/24 por DasLetras Sem ter novas de infantes Sem conquistas Navegar em mares de espanto Pelos dias. A sulcar horizontes Onde as vagas Despidas de maresia Vaticinam o rosto da tormenta. Lá, onde as gaivotas Asas quebradas pelo vento […]
UM NOVO OLHAR | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/02/17 por DasLetras Talvez Eu seja agora Outra mulher. Talvez Que sobre mim Eu vista um novo olhar. Talvez em cada madrugada Eu diga Estou aqui Neste lugar Que sempre foi o meu. Aquilo que sonhar Ou que fizer […]
REALIDADE | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/02/12, atualizado em 2015/02/12 por DasLetras Olho em redor Mal desperta O dia acordou mais cedo do que eu. Pela cortina entreaberta da janela Vejo o céu Onde as nuvens galopam Sem dimensão nem tempo. Navego os olhos Pelo branco das paredes […]
SEGREDOS | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/02/09 por DasLetras Dobaram-se nos anos das marés Sem outra condição Outro provir Que das areias Das conchas E dos limos Serem a hora exacta O sal onde se afogam As palavras Que a voz Deu aos sentidos. Os […]
UM PIANO AO FIM DA TARDE | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/02/06 por DasLetras O sopro da distância Traz-me o som sem palavras De um piano. Em voos de borboleta Que dedos afloram as suas teclas Quem se debruça nelas? Nas notas que se abraçam Ao perfume verde da paisagem […]
PAULA REGO | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/02/02, atualizado em 2015/02/01 por DasLetras Nas formas retratadas Os segredos. Em matizes Em assombros Em fulgores Sem aviso Sem final Sem começo. A mulher por modelo É escolha tua. Mítica lua Intemporal e nossa Em nossa Língua Feminina […]
EUNICE MUÑOZ | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/01/26, atualizado em 2015/01/26 por DasLetras Actriz É habitar um palco. Ser Fédora Ou Zerlina A Castro A Mãe Coragem. Aquela Que por dom das musas Ou de Talma Consegue ser da Arte A própria imagem Ou a Arte Ela […]
UM OLHAR SOBRE A PAISAGEM – AS FIGUEIRAS | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/01/14, atualizado em 2015/01/14 por DasLetras As figueiras, despojadas de folhas, erguem, como braços apontados ao céu, os troncos esguios, num protesto. Ao verem as laranjeiras agasalhadas na copa redonda da rama verde-escura, sentem, com maior tristeza, a nudez cinzenta que lhes […]
ANTÓNIO LOBO ANTUNES | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/01/14 por DasLetras A manter vivos Os nomes E a Casa Ser o eco da infância. À flor da pele A ternura Assumida e assinada. Mas ser também Vela de seda Em mastro desfraldada Num mar de rebeldia E […]
SUL | Soledade Martinho Costa Publicado em 2015/01/04, atualizado em 2014/12/31 por DasLetras Nos dias sem data Repousa os olhos Na sede da paisagem. Aspira os cheiros da terra Lavrada, semeada, sua. Recolhe em cada seio O canto da cigarra. Desfaz a trança Desfaz a cama E sonha as […]
FIANDEIRA | Soledade Martinho Costa Publicado em 2014/12/31, atualizado em 2014/12/31 por DasLetras Na manhã Galopam cascos De cavalos mansos. Nas tuas mãos Sepulto O fuso Herança Reflectida No luto Dos teus olhos. Rés ao fio Calosos Os teus dedos Ciciam Antepassados Jeitos. Impune Desço ao poço da memória. […]