A Festa do Chibo, de Mario Vargas Llosa

Em A Festa do Chibo, que a Dom Quixote agora apresenta numa nova edição, assistimos a um duplo regresso. Enquanto Urania Cabral visita seu pai em Santo Domingo, somos transportados para 1961, quando a capital Dominicana ainda se chamava Ciudad Trujillo.

Aí, o homem que nunca transpira, oprime três milhões de pessoas, ignorando que uma transição maquiavélica para a democracia está a tomar forma. Num clássico contemporâneo, Mario Vargas Llosa relata o fim de uma era dando voz, entre outras figuras históricas, ao impecável e implacável general Trujillo, apelidado de Chibo, e ao calmo e inteligente doutor Balaguer (eterno presidente da República Dominicana). Com uma precisão difícil de superar, Llosa mostra que a política pode consistir em abrir caminho entre cadáveres, e que uma pessoa inofensiva pode tornar-se uma dádiva aterradora.

Nota de Imprensa D. Quixote.

A Festa do Chibo

Braga Horta e o tempo do homem | Adelto Gonçalves

I

Houve um tempo em que o Brasil e os países da América Latina viviam irremediavelmente de costas um para o outro, não só nos negócios como nas artes, talvez como herança da época colonial em que Portugal vivia aflito diante de uma sempre iminente invasão espanhola e a possibilidade de virar uma Galiza. Aliás, esse medo atravessou os séculos e chegou até o Oitocentos, como se percebe pelo conto inacabado, “A catástrofe”, ou o projeto de romance que Eça de Queiros (1845-1900) deixou, “A Batalha do Caia”, obra nunca concluída, mas que Mário Cláudio (1941) aproveitou para construir As Batalhas do Caia, ficção que, de certo modo, constitui uma biografia dos últimos 22 anos de vida do romancista e abrange o período em que este viveu na Inglaterra e na França como diplomata. Como se sabe, o argumento de Eça partia da invasão de Portugal pela Espanha e a sua humilhação como nação secular.

Esse tempo, porém, já se foi. E, nos últimos anos, cada vez mais, o que se vê é uma aproximação entre brasileiros e os demais povos latino-americanos, principalmente argentinos, chilenos, peruanos e mexicanos. Um bom exemplo é o fenômeno latino-americano das editoras artesanais de livros feitos com capas de papelão (cartón em espanhol), impulsionado especialmente pelo poeta Ademir Demarchi, fundador da editora cartonera Sereia Ca(n)tadora, cujo primeiro título, lançado em novembro de 2010, foi Voo de Identidade, do poeta peruano Óscar Limache, em edição bilíngue traduzida por Alessandro Atanes, jornalista e escritor.

Além de poetas brasileiros, como Regina Alonso, Madô Martins, Paulo de Toledo, Flávio Viegas Amoreira e Marcelo Ariel, a Sereia tem se voltado para a publicação de poesia latino-americana inédita em português com outros quatro títulos publicados: As palavras do Rímac, do mexicano Felipe Mendoza, e Berlim, da peruana Victoria Guerreiro Peirano, ambos traduzidos por Demarchi, e Viagens ImagináriasÀ espera do outono, de Javier Heraud, também peruano, publicados em um único volume com tradução de Atanes, que também é autor da tradução para o espanhol do poema Novas revelações do Príncipe do Fogo, de Marcelo Ariel, publicado na coletânea temática “Poesía para el fin del mundo”, da editora Kodama Cartonera, de Tijuana, México.

II

Do lado de lá do continente, os peruanos têm retribuído o esforço brasileiro de divulgar a sua poesia. É o caso da Maribelina/Casa del Poeta Peruano, de Lima, do editor José Vargas Rodríguez, que lançou, em maio de 2015, Tiempo del Hombre: selección elemental bilíngüe español-portugués, de Anderson Braga Horta, poeta mineiro radicado em Brasília desde 1962, que reúne uma seleção de seus principais poemas traduzidos para o espanhol por ele mesmo e por tradutores daqui e de outras partes da América do Sul e da Espanha: Trina Quiñones (Venezuela), Abelardo de Paula  Gomes (Brasil), Francisco R. Bello (Argentina), Cecília Guerra (Brasil), Nahuel Santana (Argentina), Francisco Hernández Avilés (México), Felipe H. Trimboli (Argentina), Eduardo Dalter (Argentina), Perpétua Flôres (Brasil), José Antonio Pérez (Espanha), Kori Bolivia (Bolívia), Xosé Lois Garcia (Espanha), Claudio Sesin (Argentina), Mariano Shifman (Argentina), Manuel Cabelo (Espanha) e Cristian de Nápoli (Argentina), entre outros.

Poeta de estilo apurado e profundo conhecedor da métrica, Braga Horta é dono de vasta obra, que inclui livros sobre teoria e reflexão poética. Em Tiempo del Hombre, o que se destaca é a constante busca do poeta pela forma perfeita e o valor da palavra exata para manifestar o que vai por sua alma, o que resulta em ricas e insólitas imagens. Como exemplo, seguem o poema “O Tempo” e a tradução do poeta galego Xosé Lois Garcia (1945):

Soa a hora, sonora

no relógio de pêndulo.

Que sabemos do tempo?

 

O tempo não se deixa capturar

E pulsa, no escuro,

como um grande pássaro.

 

Inútil acender o dia.

Passa (e não  passa) o tempo.

                                    Mas

não fluvial, nem nuvens: como

 

as correntes marinhas

no mar imóvel,

flui o tempo em si mesmo.

 

“El Tiempo”

 

Suena la hora, sonora,

en el rloj de péndulo.

Que sabemos del tiempo?

 

El tiempo no se deja capturar.

Y pulsa, en la oscuridad,

como un gran pájaro.

 

Inútil encender el dia.

Pasa (e no pasa) em tiempo

                                    Pero

No fluvial, ni nubes: como

 

Las corrientes marinas

en el mar inmóvil,

fluye el tiempo em si mismo.

III

Na apresentação que escreveu para este livro, José Guillermo Vargas, presidente-fundador da Casa del Poeta Peruano, considera a obra de Braga Horta “um hino ao direito de delirar, de sonhar, que tem a humanidade em face do bombardeio de antivalores”. E acrescenta que o poeta, “como o camponês de Saramago, sobe ao campanário da poesia e arrebata os sinos cada vez que observa um abuso ou uma glória em relação ao homem”. Segundo Vargas, essa atitude é muito importante nestes tempos em que “os vates se dedicam a cantar a si mesmos, “como crisálidas mudas e estáticas”. Por fim, considera este livro um “sinal de união entre os nossos povos desta América”.

IV

Anderson Braga Horta (1934), nascido em Carangola, Minas Gerais, formou-se em 1959 pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil-RJ. Jornalista, professor e poeta de reconhecido prestígio na América Latina. Foi diretor legislativo da Câmara dos Deputados e co-fundador da ANE. É membro da Academia Brasiliense de Letras e da Academia de Letras do Brasil. Predominam em sua obra títulos de poesia, como Altiplano e outros poemas, de 1971, seguido de Marvário, Incomunicação, Exercícios de homem, O pássaro no aquário, reunidos, com inéditos, em Fragmentos da paixão (São Paulo: Massao Ono, 2000), que obteve o Prêmio Jabuti de 2001, mais Pulso (São Paulo: Barcarola, 2000), Quarteto arcaico (Guararapes, 2000), 50 poemas escolhidos pelo autor (Rio de Janeiro: Galo Branco, 2003), Soneto antigo (Brasília: Thesaurus, 2009) e De uma janela em Minas Gerais – 200 sonetos (miniedição em 4 vols., 2011).

Na linha da crítica e da ensaística, publicou pela Thesaurus o opúsculo Erotismo e poesia (1994), Aventura espiritual de Álvares de Azevedo: estudo e antologia (2002), Sob o signo da poesia: literatura em Brasília (2003), Traduzir poesia (2004), Testemunho & participação: ensaio e crítica literária (2007) e Criadores de mantra: ensaios e conferências (2007). Já conquistou 15 prêmios literários.

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Tiempo del Hombre: selección elemental bilingüe español-portugués, de Anderson Braga Horta. Ciudad de Lima: Maribelina/Casa del Poeta Peruano, 122 págs., 2015. E-mail: casapoetaperuano@gmail.com

Site: www.casadelpoeta.com

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(*) Adelto Gonçalves é doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de Os vira-latas da madrugada (Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1981; Taubaté, Letra Selvagem, 2015), Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002), Bocage – o perfil perdido (Lisboa, Caminho, 2003), Tomás Antônio Gonzaga (Academia Brasileira de Letras/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012), e Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015), entre outros. E-mail: marilizadelto@uol.com.br

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Acrítico – Olhando por Mr. Bergman

Este paizar em fase madura, com níveis de ansiedade mais baixos, menor fixação pelo rigor da logística e maior tolerância à balbúrdia parece-lhe perfeitamente ao alcance. A cumplicidade entre pai e filho estabelece-se logo na maternidade quando Mr. Bergman, vá lá saber-se como, confidencia ao pai ser um fervoroso adepto do Glorioso.

Retirado da recensão, no Acrítico, leituras dispersas, do livro Olhando por Mr. Bergman, de João Rebocho Pais.

Olhando por Mr. Bergman

David Machado vence Premio Salerno Libro d’Europa

Com o romance Índice Médio de Felicidade, publicado pela Dom Quixote em Setembro de 2013, David Machadofoi anunciado vencedor, ontem, do Prémio Salerno Libro d’Europa, que distingue, anualmente, autores com idade inferior a 40 anos.

Além de Indice medio di felicitá, o título da edição italiana, publicada pela editora Neri Pozza e traduzida porRomana Petri, eram igualmente finalistas os livros Latte di tigre, da alemã Stefanie de Velasco, e La Memoria dell’acqua, da finlandesa Emmi Itaranta.

Recorde-se que Índice Médio de Felicidade, que neste momento está a ser adaptado para cinema pelo realizadorJoaquim Leitão, com argumento do próprio David Machado, em parceria com Tiago Santos, já havia sido, no ano passado, vencedor do Prémio da União Europeia de Literatura.

O romance conta-nos a história de Daniel, que perde não só o emprego, quando Portugal entra numa crise profunda, mas também a mulher, igualmente desempregada, que o abandona levando consigo os filhos de ambos. Como se isso não bastasse, os seus dois melhores amigos estão também ausentes: Xavier está trancado em casa há dozes anos, obcecado com as estatísticas e profundamente deprimido com o facto de o “site” que criaram para as pessoas se entreajudarem se ter revelado um completo fracasso; Almodôvar foi preso numa tentativa desesperada de remendar a vida.

Trata-se, em suma, de um livro extremamente actual, dramático e realista, mas com momentos hilariantes, sobre um optimista que luta até ao fim da sua vida pela felicidade daqueles que ama e que lhe são mais próximos.

David Machado nasceu em Lisboa em 1978. É autor do livro de contos Histórias Possíveis e dos romances O Fabuloso Teatro do Gigante e Deixem Falar as Pedras, muito aplaudidos pela crítica. Em 2005, o seu conto infantilA Noite dos Animais Inventados recebeu o Prémio Branquinho da Fonseca, da Fundação Calouste Gulbenkiane do jornal Expresso, e desde então publicou mais quatro contos para crianças, Os Quatro Comandantes da Cama Voadora, Um Homem Verde Num Buraco Muito Fundo, O Tubarão na Banheira, distinguido com o Prémio Autor SPA/RTP 2010 de Melhor Livro Infanto-Juvenil, e A Mala Assombrada. Os seus livros estão publicados emItália, França, Brasil e Marrocos. Os seus contos foram publicados em antologias e revistas literárias em Itália,Alemanha, Noruega, Reino Unido, Islândia, Marrocos e Colômbia.

Informação LeYa.

DavidMachado

Revista Blimunda – 4º aniversário

Há quatro anos, a 18 de Junho de 2012, nasceu a revista Blimunda. Desde aquele dia, oferecemos aos nossos leitores mensalmente e com acesso gratuito uma publicação que tem os livros como protagonistas, mas que também dá destaque a muitos outros assuntos que envolvem a cultura, não só em Portugal mas também em muitos outros países.

Nos 49 números já editados, a revista viajou para lugares como Bogotá, Macau, Xalapa, Barcelona, Madrid, Segóvia, Lanzarote, Ponta Delgada e Cidade do México. Abordou assuntos tão diversos como música, futebol, dança, fotografia, artes plásticas, exposições, viagens, cinema. Nas suas páginas dedicou-se espaço a grandes nomes da literatura universal como Carlos Fuentes, Gabriel García Márquez, Julio Cortázar, Jorge Amado, Clarice Lispector, Günter Grass, Herberto Helder, Eduardo Galeano, Miguel de Cervantes, Fernando Pessoa, Alberto Manguel, Mempo Giardinelli, Sophia de Mello Breyner e Agustina Bessa Luís. As novas gerações tiveram lugar de destaque ao longo destes quatro anos. Entre muitas e muitos outros, tivemos connosco Bruno Vieira Amaral, Matilde Campilho, Juan Gabriel Vásquez, Andrea del Fuego, Ricardo Araújo Pereira, Valter Hugo Mãe, Afonso Cruz, Julián Fuks, Ondjaki e Sérgio Rodrigues. A Blimunda foi também espaço para conversas com fotógrafos, editores, realizadores, ilustradores, críticos literários, investigadores e personalidades das mais variadas áreas numa perspetiva de construção de um mosaico da cultura do passado e do presente.

Desde o número 1 a revista reserva uma secção especial, a Saramaguiana, ao escritor que, entre tantas outras personagens, criou a protagonista de Memorial do Convento. Blimunda, a valente e encantadora mulher que colecionava vontades e via o interior das pessoas, tornou-se também revista.

Nesta edição comemorativa, que chega no dia em que passam seis anos sobre a morte de José Saramago, publica-se uma entrevista, inédita em português, que Pilar del Río, companheira e tradutora de José Saramago, fez ao escritor no ano 2000, e também o artigo José Saramago, editor de Raul Brandão?, de Vasco Rosa. Do Brasil a revista traz ilustrações de Sama e outros artistas que se posicionam contra a destituição da presidenta Dilma Rousseff e contrários ao governo de Michel Temer. A também brasileira Marina Colasanti conversa com a Blimunda sobre a sua longa e destacada trajectória pelo universo do livro infantil. A Blimunda visitou ainda a biblioteca de Laborinho Lúcio e o escritório da editora D. Quixote. A escritora Andréa Zamorano publica um conto breve na secção A Casa de Andréa.

Quatro anos depois, a revista Blimunda continua viva e com projectos para o futuro. Aos que a fazem todos os meses (Andreia Brites, Ricardo Viel, Sara Figueiredo Costa, Jorge Silva, Silvadesigners) e a todos os que connosco têm colaborado, os nossos parabéns e o nosso obrigado!
Sérgio Machado Letria
(Director)

Para aceder a todos os números publicados.

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Heinrich Himmler: Correspondência, de Katrin Himmler e Michael Wildt

Esta obra histórica reúne correspondência que se julgava perdida entre Heinrich Himmler e a sua esposa, bem como alguns documentos privados do braço direito de Adolf Hitler.

Este livro foi organizado por Katrin Himmler, sobrinha-neta de Heinrich e Marga Himmler, e Michael Wildt, um especialista sobre o regime nazi que contextualizou historicamente a correspondência existente.

Heinrich Himmler: Correspondência revelará o contributo deste homem para a grandeza política do nazismo e os seus esforços que o levaram a tornar-se imprescindível para o líder nazi.

Sinopse:
Durante muito tempo se pensou que estava definitivamente perdida a correspondência que Heinrich Himmler manteve com a esposa Marga assim como outros escritos pertencentes a este dignatário nazi. No entanto, mais de sessenta anos após a captura de Himmler pelas tropas inglesas e seu posterior suicídio, estes documentos apareceram e com o apoio de Michael Wildt, reconhecido estudioso do regime nazi, que contextualiza historicamente as cartas e o seu autor, foram organizadas por Katrin Himmler, sobrinha-neta de Heinrich e de Marga Himmler. Uma correspondência de aparência comum, uma incursão na vida privada de um dos principais assessores de Hitler que dissipa qualquer dúvida de que ele foi o arquiteto da Solução Final e um homem muito mais próximo do ditador do que os historiadores pensavam. Um documento excecional.

Sobre os autores:
Katrin Himmler é uma autora e politóloga alemã, nascida em 1967, sobrinha-neta de Heinrich Himmler, uma das principais figuras da Alemanha nazi e principal arquiteto do Holocausto.
Michael Wildt é professor de História Alemã de séc. XX, na Universidade Humboldt de Berlim. É um autor alemão internacionalmente reconhecido como especialista na história do III Reich e do nazismo e publicou numerosos estudos e livros de referência sobre o tema.

Nota de Imprensa Bertrand Editora.

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Não se pode morar nos olhos de um gato, de Ana Margarida de Carvalho

Uma mulher desconjura a padroeira da nau, uma santa de madeira com cabelos de índia, irresponsabilizando-a das suas funções. Naufragam as duas juntamente com a carga da nau, os seus escravos, os seus marinheiros, e os três cavalos que seguem a bordo e valem mais do que toda a carga junta. Um escasso número de sobreviventes dá a uma pequena praia fustigada pelo mar. Trazem consigo a santa que um deles resgatou. O mar continua a não lhes dar descanso, mantendo-os prisioneiros daquela língua de areia rodeada de rochedos, como uma jangada de frágil equilíbrio, também ela em risco de naufragar. Debatem-se com as exigências próprias da sua sobrevivência. Impera a lei do mais forte mas com sabedoria, arte e lascívia a mulher mais velha acaba por se impor aos demais.

Numa escrita forte, luminosa e intensa Ana Margarida de Carvalho deixa-nos um romance de cortar a respiração a qualquer leitor.

(retirado da recensão do Acrítico, leituras dispersas)

Mais sobre o livro aqui

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O Domador de Leões, de Camilla Läckberg

Uma adolescente seminua sai do gélido bosque a cambalear, e atravessa a estrada. O carro aparece do nada e o condutor não consegue travar a tempo de evitar a tragédia. Quando Patrik Hedström e a sua equipa são alertados para o acidente, já o corpo da rapariga tinha sido identificado. Era Victoria Hallberg, que desaparecera quatro meses antes, quando regressava a casa depois de uma aula na escola de equitação. No local do atropelamento, a Polícia apercebe-se de que aquele terrível acidente foi o melhor que podia ter acontecido a Victoria. O seu corpo evidencia sinais de ter sofrido atrocidades inimagináveis e tudo leva a crer que não será a única vítima. Enquanto isso, Erica Falk investiga o trágico passado de uma família ligada ao circo, o que a leva por diversas vezes a um estabelecimento prisional para visitar Laila, uma mulher acusada de ter matado o marido. Mas não consegue desvendar o que realmente se passou naquele longínquo dia fatídico. O que estará Laila a esconder? Para onde foram os dois filhos depois da tragédia? Erica desconfia de que há em toda aquela história algo que não se encaixa. E que o passado estende os seus longos braços para vir ensombrar o presente.

Nota de Imprensa D. Quixote.

O Domador de Leões

Novo romance de Luís Carmelo

Na próxima terça-feira, dia 21 de Junho, terá lugar, pelas 18.30h, o lançamento do  romance, Por Mão Própria (Editora Abysmo), na Barraca / Teatro Cinearte, em Santos. A apresentação estará a cargo de Nuno Miguel Guedes e as leituras a cargo de Carla Maciel, José Anjos e Valério Romão. Depois do lançamento, o JP Simões cantará durante 45 minutos num concerto inédito e sentido por mão própria. Vamos lá tomar nota nessas agendas!

Nota: A Trilogia do Sísifo é composta por Gnaisse (2015) um romance sobre a paixão, Por Mão Própria, um romance sobre a perda e, por fim, Sísifo, um romance sobre a iniciação (que sairá a público em Outubro próximo).

Mais dobre o livro aqui.

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Por Mão Própria, de Luís Carmelo

Por Mão Própria é o segundo romance de uma trilogia. A ‘Trilogia do Sísifo’ é composta por ‘Gnaisse‘ (2015) um romance sobre a paixão, ‘Por Mão Própria’, um romance sobre a perda e, por fim, ‘Sísifo’, um romance sobre a iniciação (que sairá a público em Outubro próximo).

SINOPSE
Confessa o protagonista do romance Por Mão Própria que atravessou o inferno de um lado ao outro. Perdeu a irmã, a namorada, os pais, a madrasta, o cão, o patrão, a livreira, a psiquiatra e a mulher do seu melhor amigo que apareceu, um dia, deitada na linha do caminho-de-ferro. Para agravar as coisas, escutava dentro dos ouvidos uma gritaria de crianças que parecia querer humilhá-lo. Talvez por ser designer, encontrou o sentido da vida, primeiro no umbigo de uma chinesa e, depois, no magnífico sinal de uma recepcionista (que era um jardim circular feito de melanina para onde apetecia saltar e ficar a viver para sempre). Enfim, um pesadelo devorado entre a solidão das ruas e o afã apocalíptico das multidões. Seja como for, um pesadelo sonhado num sótão onde a graça e a ingenuidade do mundo terão, de algum modo, excedido o terror e o abysmo.

Informação da editora Abysmo.

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À Beira da Água, de Paul Bowles

À Beira da Água é o primeiro de dois volumes que reúnem a totalidade dos contos de Paul Bowles.
A sua itinerância, o seu conhecimento do mundo e das suas múltiplas culturas, e a sua erudição deram corpo a uma obra literária fascinante.
Durante a sua longa vida de viajante e expatriado, Paul Bowles trabalhou incessantemente quer como compositor, quer como escritor – de ficção, poesia, ensaio, reportagem e na tradução de poetas e ficcionistas árabes – e viu reconhecidas as suas obras: na literatura, por exemplo, O Céu que Nos Protege, romance que ocupou o primeiro lugar da lista de bestsellers em The New York Times, adaptado ao cinema por Bernardo Bertolucci; na música, através da constante investigação e produção e da colaboração com os maiores nomes do teatro e das artes cénicas em geral.

Paul Bowles nasceu em 1910 no bairro de Queens, em Nova Iorque.
Em 1929 iniciou-se nas viagens, passando uma temporada na Europa, onde conheceu Gertrude Stein, Jean Cocteau, Ezra Pound, Christopher Isherwood e Kurt Schwitters, entre outros. Em 1931 viajou pela primeira vez para Tânger, onde viria a viver grande parte da vida.
Em 1937, conheceu a escritora Jane Auer, com quem manteve um casamento aberto, até à morte de Jane, em 1973.
Nos anos 50, vivendo grandes períodos no Norte de África, Bowles recebeu na sua casa de Tânger as principais figuras da Geração Beat.
Com Viagens, a Quetzal inaugurou uma série dedicada a Paul Bowles, a que se seguiu A Casa da Aranha.
À Beira da Água é o primeiro volume das suas histórias.

Nota de Imprensa da Quetzal.17

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O Ruído do Tempo, de Julian Barnes

À medida que o ruído do tempo diminui, pode ouvir-se melhor a música de Chostakovich.
Em janeiro de 1936, Estaline assistiu à apresentação da muito aclamada ópera de Chostakovich, Lady Macbeth de Mtsensk, no Teatro Bolshoi, em Moscovo. O compositor ficou muito perturbado com a saída intempestiva e prematura do líder, acompanhado pela sua comitiva. Dois dias depois aparecia no jornal Pravda uma crítica com o título «Chinfrim em vez de Música», escrita provavelmente pela pena do próprio Estaline.
Chostakovich foi o compositor mais celebrado pela União Soviética, mas foi também o mais constantemente coagido e intimidado pelo Estado.
O Ruído do Tempo é um livro sobre a colisão entre a Arte e o Poder, vencedor do Man Booker Prize 2011.

Julian Barnes nasceu em Leicester em 1946. É autor de mais de uma dezena de livros, entre eles O Papagaio de Flaubert (Prémios Femina e Médicis), Nada a Temer, O Sentido do Fim e Os Níveis da Vida. A sua obra está traduzida em trinta idiomas, e três dos seus romances foram finalistas do Booker Prize, prémio que distinguiu O Sentido do Fim. Foi ainda galardoado com o Prémio do Estado da Áustria para escritores estrangeiros e com o David Cohen Prize.
Julian Barnes foi casado com a agente literária Pat Kavanagh até à morte desta, em 2008. Vive em Londres.

Nota de Imprensa da Quetzal.

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Universidade de Pádua homenageia Manuel Alegre

Manuel Alegre vai ser doutorado “honoris causa” pela Universidade de Pádua em Línguas e Literaturas Modernas Europeias e Americanas. Uma decisão que foi aprovada, no passado dia 7, pelo Senado daquela Universidade Italiana, a mais antiga do Mundo, que na mesma ocasião decidiu outorgar com o mesmo grau académico o realizador de cinema Steven Spielberg, em Ciências Históricas, como promotor da Fundação “História visual dos Sobreviventes da Shoah”, a Prémio Nobel da Paz 2014 Malala Yousafzai, em Formação Cultural e Sociedade Global, e, em Química, o cientista polaco Krzysztof Matyjaszawski, que descobriu um novo método de síntese dos polímeros que revolucionou o modo de conceber as macromoléculas.

Esta importante distinção para o autor de Praça de Canção, que mereceu a devida repercussão na Imprensa italiana, nomeadamente nos jornais Corriere della Sera e Il Mattino, surge na sequência do trabalho desenvolvido em torno da obra de Manuel Alegre pela Universidade de Pádua, que em Abril de 2010, inaugurou, em parceria com o Instituto Camões, a Cátedra Manuel Alegre na Facoltà di Lettere e Filosofi. Manuel  Alegre, recorde-se, recebeu, nessa altura, o título de cidadão honorário da cidade de Pádua.

Considerada, a par da de Bolonha, a mais antiga do Mundo, a Universidade de Pádua tem como lema “Universa Universis Patavina Libertas” (“Inteira, para todos, a liberdade na Universidade de Pádua”) e nela estudaram espíritos ilustres, entre eles, os portugueses Fernando de Bulhões (Santo António) e o renascentista Damião de Góis.

Este reconhecimento internacional da vida e obra de Manuel Alegre surge pouco tempo depois de, em Portugal, ter recebido três importantes prémios literários: Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de EscritoresPrémio Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de AutoresGrande Prémio de Literatura dst.

Nota de Imprensa da LeYa.

Manuel Alegre

Originais revistos de escritores mundialmente conhecidos

Revisões em originais geralmente não são fáceis. Às vezes aparecem textos tão complicados de revisar que a gente até pensa: “Poxa, como a pessoa conseguiu escrever algo dessa forma?”. Mas, depois de muitas emendas, a gente sente até orgulho do resultado — um texto caprichado!

Retirado de Revisão para quê?

Este artigo apresenta imagens de revisões feitas em originais/provas de alguns autores conhecidos por escreverem bem.

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A Vida Secreta das Árvores, de Peter Wohlleben

Peter Wohlleben, guarda-florestal de profissão e apresentador de um popular programa de televisão, desvenda A Vida Secreta das Árvores com este novo título da Editora Pergaminho. É já dia 17 de junho que este livro chega às mais diversas livrarias portuguesas.

Passear pelas florestas nunca mais será igual após a leitura deste livro. Peter Wohlleben faz revelações altamente surpreendentes sobre este mundo misterioso, que vai fazer repensar a forma como as pessoas se relacionam com a natureza.

Sabia que as árvores são seres sociais? E que têm uma linguagem através da qual se manifestam? ‘O ranger dos ramos ao vento ou o rumorejar de folhas são acontecimentos passivos, sem qualquer influência da parte da árvore. É porém de outra forma que elas se manifestam: através de odores.’ Mas há outras revelações igualmente admiráveis, tais como a ciência já falar de uma wood wide web graças à forma de comunicar pelo subsolo, através das raízes que interligam as árvores e florestas inteiras. Peter Wohlleben mostra que ‘as árvores comunicam portanto a um nível olfativo, ótico e eléctrico (através de uma espécie de células nervosas na ponta das raízes)’ e levanta a ponta do véu sobre recentes investigações que têm sido realizadas sobre os sons emitidos pelas árvores, nomeadamente o ténue crepitar das raízes a uma frequência de 220 hertz. ‘Sempre que estas eram expostas a um crepitar de 220 hertz, as suas pontas viravam-se nessa direção. Isto significa que a erva é capaz de captar esta frequência, e nada nos impede de usar até o termo «ouvir»’, diz o autor do livro.

Ao longo das 256 páginas de A Vida Secreta das Árvores, Peter Wohlleben vai fazendo revelações fascinantes, como algumas espécies serem capazes de amizade – exemplo das faias -, ou como as árvores progenitoras vivem juntamente com os seus filhos e educam as jovens árvores, entre muitas outras curiosidades.

A Vida Secreta das Árvores é um best-seller internacional, tendo vendido mais de 350 mil exemplares. Na Alemanha, por exemplo, esteve mais de 50 semanas no primeiro lugar da lista de bestsellers do Der Spiegel.

Sinopse
Acontecem coisas espantosas na floresta: árvores que comunicam entre si (enviando sinais elétricos através de uma rede subterrânea de fungos). Árvores que cuidam não só dos seus rebentos como também dos seus «vizinhos» doentes, velhos ou órfãos. Árvores que têm sensibilidade, sentimentos e memórias. Incrível? Mas é verdade! O silvicultor Peter Wohlleben conta histórias fascinantes sobre as espantosas e pouco conhecidas caraterísticas das árvores. Com base não só nas descobertas científicas mais recentes, como também na sua própria experiência de vida na floresta, partilha com o leitor todo um mundo até agora desconhecido.
Uma fascinante viagem pela vida secreta das florestas que é uma verdadeira inspiração ecológica e ao mesmo tempo nos leva a repensar a relação do homem com a natureza.

Sobre o autor
Peter Wohlleben é guarda-florestal, apresentador de um popular programa de televisão e autor de vários livros sobre silvicultura e ecologia.

Nota de Imprensa da Pergaminho.

Capa

Richard Zimler no El Corte Inglés

A Porto Editora e o El Corte Inglés convidam-no(a) para o lançamento de O cão que comia a chuva, de Richard Zimler, ilustrado por Júlio Pomar. Este livro será apresentado pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
A sessão realiza-se no dia 15 de junho, às 18:30, no Restaurante (Piso 7) do El Corte Inglés de Lisboa.

Sobre o livro.

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O cão que comia a chuva, de Richard Zimler

O Zé tem 11 anos e vive em Campo de Ourique, em Lisboa, com os pais, o seu afetuoso e atlético cão Adão e a sua impertinente e preguiçosa gata, Violeta, a narradora da história. O Zé quer ser guarda-redes profissional e flautista mundialmente conhecido, mas quando começa a regressar da escola com pisaduras nos braços e a sangrar do nariz perde o interesse pela música e pelo desporto. Até se recusa a levar o cão e a gata a passear. Será que está com medo de alguma coisa? Porque perdeu o seu sorriso entusiasta? Quando a Violeta e o Adão finalmente compreendem as razões para a súbita alteração de comportamento do seu «irmão» humano, decidem defendê-lo — não olhando a perigos. Será que encontram a coragem necessária?

O cão que comia a chuva é uma história comovente e cheia de humor sobre o bullying e os seus efeitos devastadores sobre os mais frágeis. O livro conta com ilustrações de Júlio Pomar.

Informação Porto Editora.

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A Fortuna, de Cynthia D’Aprix Sweeney

A família Plumb destaca-se pela sua espectacular disfuncionalidade. Há anos que os quatro irmãos Plumb desesperam por causa da herança. Em testamento, o pai ditou que o dinheiro fosse distribuído apenas quando a filha mais nova celebrasse 40 anos. O seu objectivo era salutar: incentivá-los a lutarem pelos seus sonhos.

Mas o plano saiu gorado, pois a poucos meses do aniversário, eles estão tão endividados que só a fortuna familiar poderá salvá-los. Melody conta pagar a hipoteca da casa (demasiado cara) e a universidade das filhas gémeas. Jack espera saldar (e assim manter secreta) a dívida que contraiu para manter a sua loja de antiguidades. Bea, uma escritora (em tempos) promissora, debate-se com a inércia e a falta de rumo. Leo, o único que vingou por si próprio, arrisca perder tudo num divórcio tumultuoso. E quando estão prestes a deitar a mão ao dinheiro, Leo entra no seu Porsche acompanhado por uma jovem empregada de mesa. O que acontece a seguir vai ter consequências devastadoras…

Privados daquilo que os definiu perante si próprios e os outros, o que será dos irmãos Plumb?

 A Fortuna

A Mulher de Porto Pim, de Antonio Tabucchi

Este livro fascinante e inesquecível, agora numa edição de capa dura e de pequeno formato, é o relato ao mesmo tempo imaginário, real e cultural, de uma viagem aos Açores em busca dos últimos baleeiros, das escassas baleias sobreviventes.

Relatos breves, fragmentos, transcrições e apêndices compõem Mulher de Porto Pim, um livro de fronteira, um belíssimo artefacto literário de estrutura tão díspar como profundamente unitária.

Um livro que é a narrativa de um amor total, apaixonado e violento, a história de uma dupla traição que culmina num final sangrento.

Nota de Imprensa D. Quixote.

A Mulher de Porto Pim