Não se Pode Morar nos Olhos de Um Gato, de Ana Margarida de Carvalho

Em finais do século xix, já depois da abolição da escravatura, um tumbeiro clandestino naufraga ao largo do Brasil. Um grupo de náufragos atinge uma praia intermitente, que desaparece na maré cheia: um capataz, um escravo, um mísero criado, um padre, um estudante, uma fidalga e sua filha, um menino pretinho ainda a dar os primeiros passos… Todos são vencedores na morte, perdedores na vida. O mar, ao contrário dos seus antecedentes quotidianos, dá-lhes agora uma segunda oportunidade, duas vezes por noite, duas vezes por dia. Ao contrário do que pensam, não estão sós naquele cárcere, com os penhascos enquanto sentinelas, cercados de infinitos, entre o céu e o oceano. Trazem com eles todos os seus remorsos, todos os seus fantasmas. E mais difícil do que fazerem-se ao mar ou escalarem precipícios será ultrapassarem os preconceitos: os de raça, os de classe social, os de género, os de credo.

Depois do aplauso unânime a Que Importa a Fúria do Mar, que lhe valeu o Grande Prémio de Romance e Novela da APE, Ana Margarida de Carvalho regressa à ficção com um romance poderoso, brilhante e avassalador.

Nota de Imprensa da Teorema

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