Na Páscoa | Maria Isabel Fidalgo

 

 

Um caudal de água fria
numa margem do olhar
uma friagem vítrea na carne
um farricoco quaresmal
em procissão de enterro.
Gorjeia uma ave no ar esquivo
e medito um rio azul de azul
um verde numa aguarela
perto da lonjura. Ou perto de Ti
porto para a distância.
De todos os barcos onde naveguei sobram-me remos
mas nenhum atravessa de sol a varanda fria
onde penduro o que ainda recende a flor por abrir.
Na Páscoa árida do ser um Cristo ressuscitado
vem redondo de morte. Branco na cruz
o seu corpo de arcanjo agoniza espalmado
no círculo do poema onde o sepultaram
por toda a eternidade.

maria isabel fidalgo

La scientifique algérienne Hakima Amri honorée à New York

Mme Hakima Amri, professeur émérite de l’université américaine Georges Town vient d’être récompensée par la Société des consuls généraux à New York (SOFC) pour ses contributions importantes dans le domaine de la recherche scientifique. Professeur agrégé en biochimie et en physiologie, Mme Amri s’est vue décernée le certificat de reconnaissance de la SOFC, plus grand … Continuar a ler
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Animation: The Early Flash of an Exploding Star, Caught by Kepler

Publicado em 21 de mar de 2016 The brilliant flash of an exploding star’s shockwave—what astronomers call the “shock breakout” — is illustrated in this cartoon animation. The animation begins with a view of a red supergiant star that is 500 times bigger and 20,000 brighter than our sun. When the star’s internal furnace can … Continuar a ler
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O Grande Chef Caseiro Na Mão de Deus | Miguel Calado Lopes

«A história de um pobre desgraçado levado a tribunal pelas suas “ex” que o acusam de ser um engordador em série e exigem que ele lhes pague as curas de emagrecimento. Eis o “lead”: Sebastião dos Santos percebeu que estava em maus lençóis quando o seu psiquiatra se riu no momento em que lhe confessou … Continuar a ler
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Jacques Tati

Jacques Tati at the MoMa New York by Joel Yale for LIFE, 1958 Jacques Tati and Alain Becourt on the set of Mon Oncle, 1958  Filed under: Retratos Tagged: Jacques Tati
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Uma Velha e o Seu Gato, de Doris Lessing

Era célebre a paixão de Doris Lessing pelos animais, especialmente os gatos, bem patente nestas duas histórias.

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Em Uma Velha e o Seu Gato, uma mulher de origem cigana, agora velha, viúva, com pouco contacto com os filhos adultos, vai-se lentamente desligando do mundo, das normas sociais e da convivência com os outros. A sua grande companhia é o seu gato, com quem se vai tornando cada vez mais selvagem e mais afastada dos outros humanos.
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AINDA QUE A TERRA TODA | Casimiro de Brito

Ainda que a terra toda
eu tivesse conquistado
só existe para mim uma cidade.
Uma cidade onde para mim só existe
uma casa
e, nessa casa, apenas um quarto;
e nesse quarto, uma cama.
Uma cama onde dorme uma mulher —
a jóia que mais cintila
em todo o meu reino.

CB01

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

O TEXTO DO DIA (2016-03-24)
 

Hoje ofereci-vos aquele que é um dos poemas mais
antigos de todos os tempos. De milhares de anos antes
da nossa era. O autor (possivelmente um faraó) é naturalmente anónimo. Vai ilustrado com uma imagem egípcia que ilustra
uma das minhas edições do “Kamasutra”. A tradução é minha,
a partir de outras línguas.

 

Como é possível ter-se dito tudo
sobre o amor em 10 versos?
 
Retirado do Facebook com a devida vénia e aplauso!

a tolerância alavanca-se na intolerância de intolerâncias | José Filipe da Silva

A Europa do pós-guerra cultivou a tolerância, em todos os azimutes comportamentais, como timbre da sua elevação civilizacional. Por estranho e cacofónico que possa soar, a tolerância alavanca-se na intolerância de intolerâncias e, se assim não for, é mera submissão, abdicação de liberdade. Não podemos compactuar com fundamentalismos bárbaros e assassinos, temos que ser actuantes. … Continuar a ler
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Um imbróglio em Lisboa | Francisco Louçã in “Público”

Quem se lembrou de uma coisa destas? Admitamos que o seminário “luso-brasileiro” que vai decorrer na Faculdade de Direito de Lisboa já estava programado antes da crise desencadeada pela golpaça político-judicial em curso no Brasil. Se assim for, há uma questão a que falta responder: como é que se lembraram de marcar um seminário sobre … Continuar a ler
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Manhãs | Lídia Borges

Antes de todas as coisas
era a escuridão.

Era o frio que me doía nas mãos,

era a lenta passagem das horas

nos relógios de todos os invernos.

 

Depois tu vieste e eu descobri

que nos teus olhos

é que as primaveras

se escondiam.

 

Acendeste as estrelas nas noites

e elas transformaram-se em dias.

Despertaste do chão, os jardins

e todas as palavras vivas

que se apagavam em mim.

 

Dos meus dedos voaram borboleta

e a morte morreu nas cascatas de luz

das manhãs improváveis que tu inventaste.

 

Lídia Borges