Como dizer? | Lídia Borges

Inquieta-me a lucidez de certas horas.

Como dizer? Tudo nelas é perfeito

e claro e inabalável até à dor.

A realidade

põe-se a subir sorrateira pelo corpo fusiforme

de sonhos e desejos. Mata-os!

É perigoso viver desarmado

na lucidez das horas.

Quando menos se espera, morre-se!

Quero uma lanterna sempre atenta

entrar com ela no inexprimível sossego

que precede a tempestade.

Escutar o respirar aflito dos espaços

entre dois trovões, duas guerras, dois gritos

separados apenas por um filamento de cerda.

Uma área indeterminada

a que só por distração ou ignorância

chamamos silêncio.

Lídia Borges (pseudónimo)

poema incluído no livro “Baile de Cítaras” (2015)

Uma alma gritante | Indemar Nascimento | por Valdeck Almeida de Jesus

Indemar Nascimento é uma voz musical que dói por dentro da gente

Música tem magia e invade nossa mente sem pedir licença. Quem bem sabe disso são moradores de condomínios, comunidades ou mesmo quem não tem onde morar e se estabelece nas ruas. A sonoridade segue, persegue, “cola” na mente, nos faz reféns de acordes, melodias. Nem sempre estamos disponíveis ou permitimos essa mágica, pois podemos, às vezes, sair de perto, mudar de casa, ligar nosso som mais alto, pedir para o vizinho diminuir o volume do som. Mais comum é a denúncia anônima e assistir a polícia fechando estabelecimento, multando casa de show, obrigando comerciante a respeitar os limites.

Mas não se pode dizer o mesmo da música potente de Indemar Nascimento, um menino-homem que sustenta um sonho e faz dele sua realidade. Quando a música dele toca só dá vontade de chegar pra perto, entrar no balanço, curtir cada acorde. Este rapaz percorre as perifas da Terra da Felicidade (para poucos) com seu segundo e novo CD, “Uma Alma Gritante”, e nem precisa pedir licença, pois sua voz já é conhecida e bem recebida nas quebradas por onde anda, seja no Sarau da Onça, Fala Escritor, participações em edições do Boca de Brasa ou por aí… Uma voz que dói dentro da gente quando o escutamos, pois toca fundo… É, sim! Escutem e concluam, pois eu já sei que tem um novo tom nas ruas, nas redes sociais. Indemar chega devagar, com cuidado, meio tímido, meio calado, mas quando abre a boca, sai de baixo. Se você não se arrepiar, não chorar, até, nem sei o que dizer, pois a experiência de vida difícil e o enfrentamento positivo está nas letras deste poeta, que desnuda sua alma e fala de seus problemas com uma leveza que o torna admirado por quem o escuta.

Nas palavras do poeta Indemar, a tradução do que lhe motiva: “Acho que minha vida se resume em correr pra te dar uma boa vida, realizar seu maior sonho que é ver sua casa arrumada, e ser feliz por seus filhos honrar todos os cuidados e afetos. Eu sempre quis escrever uma música pra senhora, sempre quis passar a mensagem que nós vivemos. Se comesse lasanha, seria juntos, assim como o arroz branco com ovo. As noites em claro segurando minha mão, enquanto eu cansava; batia na porta dos vizinhos que tinham carro, nas madrugas pra me dar socorro; ou das vezes que brigamos e eu alterei a voz, e depois vir me trazer um copo de suco com um sorriso largo, como se nada tivesse acontecido, beijando minha testa. Hoje seu filho é a ovelha negra, literalmente. Não é da igreja, é tatuado, usa um cordão de tênis como cinto, mas te ama muito. Hoje é mais um dia de todos os dias… Te amo Maria.”

Essas palavras de Indemar Nascimento se tornam poemas, vira CD que tá nas ruas, procure que você vai encontrar. Nas redes sociais também. Vale a pena, pois se trata de amor pela poesia, amor pela música, amor pelo afeto familiar, numa trama que envolve, emociona e toca, literalmente. E nessa família, estão incluídos vários manos e minas, como Lane Silva, Álvaro Réu, Vanise Deise, Débora Sacramento, Bruno Suspeito, Patrick Sales, Marcos Morcegão, Ravi Lobo, Shoes MC, Cosca, DJ Jarrão e Márcia Conceição. Só falta você se chegar e colar nessa.

SERVIÇO

O quê: CD “Uma Alma Gritante”,

Autor: Indemar Nascimento

Onde: Nas quebradas

Quanto: R$ 5,00

Edição: NOIZCRIA

Contato: Indemar Nascimento

_______

Valdeck Almeida de Jesus – poeta, escritor e jornalista.

Fonte:

http://galinhapulando.blogspot.com.br/2016/05/indemar-nascimento-e-uma-voz-musical.html

http://www.iteia.org.br/jornal/indemar-nascimento-e-uma-voz-musical-que-doi-por-dentro-da-gente

ESPERAR | Soledade Martinho Costa

Esperar

Esperar sempre

Mesmo

Quando já nada se espera

E desespera.

Mesmo

Quando o desespero

Nos condena

Ao cumprimento de uma pena

Sem metas e sem rumo

Igual ao peregrino

Caminhar sem rota de um romeiro.

Sem grades

Sem muros

Sem a chave

Na mão do carcereiro.

Ainda assim

Cativo

O meu olhar

Refém do que procuro

Busca o farol

A luz

A chama

Que teima

Em decifrar

A razão do destino

Onde ainda me aventuro.

Soledade Martinho Costa

Do livro a publicar «Um Piano ao Fim da Tarde»

A Peste, de Albert Camus

A Livros do Brasil lança uma nova edição de A Peste, de Albert Camus, uma história arrebatadora sobre o horror, a sobrevivência e a resiliência do ser humano. Parábola de ressonância intemporal, este é um romance magistralmente construído que, publicado originalmente em 1947, consagrou em definitivo Albert Camus como um dos autores fundamentais da literatura moderna.
Distinguido com o Prémio dos Críticos em França, o livro A Peste foi escrito em plena Segunda Guerra Mundial e tem como cenário a cidade argelina de Orão atacada por uma fatal epidemia.
Na renovada coleção Dois Mundos da Livros do Brasil foram já publicados outros dois livros de Camus, O Estrangeiro e A Queda.

Sinopse
Na manhã de um dia 16 de abril dos anos de 1940, o doutor Bernard Rieux sai do seu consultório e tropeça num rato morto. Este é o primeiro sinal de uma epidemia de peste que em breve toma conta de toda a cidade de Orão, na Argélia. Sujeita a quarentena, esta torna-se um território irrespirável e os seus habitantes são conduzidos até estados de sofrimento, de loucura, mas também de compaixão de proporções desmedidas.

Albert Camus nasceu em Mondovi, na Argélia, a 7 de novembro de 1913. Licenciado em Filosofia, participou na Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial e foi então um dos fundadores do jornal de esquerda Combat. Em 1957 foi consagrado com o Prémio Nobel da Literatura, pelo conjunto de uma obra que o afirmou como um dos grandes pensadores do século xx. Dos seus títulos ensaísticos destacam-se O Mito de Sísifo (1942) e O Homem Revoltado (1951); na ficção, são incontornáveis O Estrangeiro (1942), A Peste (1947) e A Queda (1956). A 4 de janeiro de 1960, Camus morreu num acidente de viação perto de Sens. Na sua mala levava inacabado o manuscrito de O Primeiro Homem, texto autobiográfico que viria a ser publicado em 1994.

Nota de Imprensa Livros do Brasil.

APeste

O LeV — Literatura em Viagem está de volta e assinala o seu 10.º aniversário

O LeV — Literatura em Viagem regressa já nesta sexta-feira. Entre os dias 13 e 15 de maio, Matosinhos volta a receber mais de uma dezena de autores, cientes da missão espinhosa que é salvar o mundo, contando-o.

Nesta 10.º edição do LeV, destacamos a presença do escritor, ensaísta e cronista Claudio Magris, um dos intelectuais europeus mais influentes da atualidade, numa altura em que a Europa atravessa uma das maiores crises de identidade das últimas décadas. Em Matosinhos, Claudio Magris irá refletir sobre o mundo em que vivemos, e em que condições pode a Literatura contribuir para salvá-lo.

Destaque também para a presença do britânico Howard Jacobson, vencedor do prémio Man Booker, que virá falar sobre livros, viagens, humor e judaísmo (passe o pleonasmo), bem como para a conversa entre Ella Berthoud, autora de Remédios Literários, e Clara Ferreira Alves, que tentarão perceber se a Literatura salva.

Gonçalo Cadilhe e Paulo Moura vestirão a pele de grandes viajantes durante a sessão Elsinore, e Teolinda Gersão estará em diálogo com Patrícia Reis, partindo Por Este Mundo acima rumo à Cidade de Ulisses, e vice-versa.Alberto S. Santos, David Toscana e João Ricardo Pedro viajarão rumo às cidades literárias, e Andrés Barba, Ilze Butkute e Josefine Klougart farão o ponto de situação literário das New Voices europeias, uma iniciativa da plataforma Literature Across Frontiers, parceira do evento.

Durante a 10.ª edição do LeV, haverá ainda visitas às escolas do concelho, sessões de formação e desafios à aventura via NOMAD, bem como visitas a lugares emblemáticos de Matosinhos, motivos de inspiração literária.

A partir de sexta-feira a Biblioteca Municipal Florbela Espanca volta a servir de base às mais diversas viagens e interpretações literárias, a partir de debates, conversas e entrevistas com uma série de autores que marcam a escrita contemporânea.

A abertura será de José Pacheco Pereira no dia 13 de maio, pelas 21.30, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos. Sejam bem-vindos a bordo. A programação completa está disponível neste link.

O LeV — Literatura em Viagem é uma organização da Câmara Municipal de Matosinhos com produção executiva da Booktailors.

Naus I e Naus II, de Patrícia Faria e Mariana de Melo

Naus I e Naus II, das autoras Patrícia Faria e Mariana de Melo, são dois livros dirigidos ao público juvenil, entre os 10 e os 14 anos, e dão a conhecer a história dos Descobrimentos portugueses e o tempo dos inquisidores. De uma forma simultaneamente lúdica e pedagógica, sempre pautado por um rigor histórico, os jovens são convidados a apreenderem mais sobre a história de Portugal.

O primeiro volume de Naus havia sido publicado pela primeira vez em 2004 e foi um sucesso, encontrando-se esgotado. A Bertrand Editora reedita agora este título, ao qual junta o segundo volume, que é uma completa novidade.
As aventuras de Naus I arrancam em 1500, com a armada de Pedro Álvares Cabral a rumar em direção à Índia. Magdala, Maria de Jesus, Raimundo, Mateus, Afonso e Diogo são os seis amigos que vão viver uma série de aventuras e episódios nesta grandiosa época dos Descobrimentos portugueses. Já em Naus II a história foca-se sobretudo em Magdala e na sua mãe, que são muçulmanas e acreditavam em Alá, revelando-nos um tempo de intolerância que acabou por determinar a emigração para vários destinos daqueles que eram perseguidos por motivos religiosos.
As autoras, Patrícia Faria e Mariana de Melo, partem da observação privilegiada que as suas atividades profissionais permitem para escreverem estes dois livros.

Sinopse de Naus I
Lisboa, 1500. A armada de Pedro Álvares Cabral partia de Lisboa rumo à Índia… Levava consigo um segredo… (mais não dizemos). Quando, naquele dia de festa, na Praça da Ribeira, os seis se cruzaram por acaso, uma amizade forte nascia, iniciando-se então uma corrente de aventuras, de que não vemos o fim… Sabiam que Afonso Ribeiro, que entra na nossa história, existiu mesmo? E que ficou no Brasil a aprender a língua e os costumes dos índios para informar El-Rei? Perigos, naufrágios, aventura, sobrevivência, magnetismo, perseguição, tudo isto acontece nesta extraordinária história…
Sinopse de Naus II
Tudo começa em setembro de 1500, em Lisboa, na Praça da Ribeira, ponto de encontro para muitas e desvairadas gentes, de marinheiros a espiões, todos mergulhados numa enorme diversidade de mercadorias com cores e aromas surpreendentes. É nesta metrópole cosmopolita, enquanto transpiram notícias da armada de Pedro Álvares Cabral e da Terra de Vera Cruz, que vamos encontrar Magdala e a sua mãe, Fatmah, subitamente envolvidas numa corrente de aventuras onde a intolerância e o fascínio pelo Novo Mundo se vão confrontar… (mais não dizemos).

Mariana de Melo Tavares Correia nasceu na cidade do Porto e é natural de São João da Madeira. Licenciou-se em História na faculdade de Letras da Universidade do Porto e é Pós Graduada em Leitura, Aprendizagem e Integração das Bibliotecas nas atividades Educativas. Como professora exerceu atividade letiva na área da História, Geografia e Língua Portuguesa. Foi formadora no Ensino Profissional tendo lecionado Mundo Atual, Cidadania, Cultura, Língua e Comunicação. Desde sempre manteve um espírito aberto à descoberta do mundo nas suas múltiplas vertentes, particularidades e mundividências. Exploradora de catedrais, templos, esplanadas, aventuras, metáforas e algoritmos espaciais… Sempre perspetivou a arte como forma de vida e é, pois, na escrita e nas mais difusas e imprevistas divagações e histórias que encontra a sua identidade.
Patrícia Pinto César de Faria nasceu no Porto, é licenciada em História, mestre em Estudos Ibéricos e Ibero-americanos na Universidade de Bordéus e doutoranda em História Moderna (Descobrimentos e Expansão Portuguesa) na FLUP. O trabalho de investigação na área dos Descobrimentos Portugueses catapultaram-na para os meandros dos corredores da Torre do Tombo, do Arquivo das Índias e do Arquivo dos Jesuítas (Vaticano). Foi a partir daqui, nos cenários que envolvem os documentos, nas personagens que os atravessam, mas também nas viagens que efetuou e no mundo à sua volta, que deixou a imaginação dar asas às histórias que ora se contam, convidando o leitor a projetar-se no outro lado do tempo: rumo ao século XVI.
É professora de História e foi Leitora de Língua, Literatura e Cultura Portuguesa na Universidade de Montreal. Dinamizou encontros e debates entre diferentes comunidades linguísticas, teatros e atividades lúdicas para os mais novos sempre a convite da História. Em 1995 ganhou o primeiro prémio no concurso literário da CMP, “Engenheiro Nuno Meireles”, com a obra a Rua do Regresso.

Nota de Imprensa Bertrand Editora.

Print

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Naus II

Cozinha Vegetariana para Bebés e Crianças, de Gabriela Oliveira

Chega às livrarias um dos mais aguardados livros: Cozinha Vegetariana para Bebés e Crianças, de Gabriela Oliveira, a autora referência em Portugal na área do vegetarianismo e alimentação saudável. Todos os livros anteriores da Gabriela Oliveira são verdadeiros best-sellers.

Cozinha Vegetariana para Bebés e Crianças é uma edição totalmente nova nos seus conteúdos – novas receitas, novos ingredientes, novas fotografias – partindo de um livro anterior sobre o mesmo tema e que esgotou, mais concretamente Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças.

Este é o livro que fazia falta em Portugal nesta área e é dirigido a todas as famílias que pretendem preparar refeições vegetarianas, saudáveis e naturais aos seus filhos desde os primeiros meses. As receitas presentes neste livro oferecem soluções aos pais de bebés e crianças com alergias e intolerâncias alimentares, e são também isentas de açúcar, mesmo as sobremesas, que mantêm todo o seu apetitoso sabor graças ao doce natural dos alimentos. O livro encontra-se organizado por idades, tendo em conta as necessidades nutricionais de cada etapa, bem como a introdução gradual de alimentos.

Afinal, podem ser dadas refeições vegetarianas a bebés? As crianças podem crescer vegetarianas? São várias as associações internacionais de dietética e pediatria que assumem uma posição favorável. Neste livro constam as respostas a estas dúvidas comuns e ainda um conjunto de 150 receitas ilustradas, sugestões de menus, quadros nutricionais e indicações para introduzir os alimentos nos primeiros anos de vida.

Gabriela Oliveira nasceu em 1975, no Norte de Portugal. Vive em Lisboa, tem três filhos e tornou-se vegetariana há quase duas décadas. É licenciada em Comunicação Social e colaborou, como jornalista freelancer, em várias publicações, como os semanários Sol e Expresso, e as revistas Pais & Filhos e Notícias Magazine (do Diário de Notícias e Jornal de Notícias). Os seus trabalhos centram-se, sobretudo, nas temáticas da alimentação, do ensino e da família.
É autora dos livros Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças (Arteplural, 1996, 2011), Avós Precisam-se – A importância dos laços entre avós e netos (Arteplural, 2012), Cozinha Vegetariana para Quem Quer Poupar (Arteplural, 2014) e Cozinha Vegetariana para Quem Quer Ser Saudável (Arteplural, 2015).
Adora escrever e comunicar, bem como o desafio de criar receitas e de as fotografar. Realiza workshops de culinária e apresenta uma rubrica semanal com receitas vegan no programa A Praça, na RTP, continuando a idealizar um mundo melhor.

Nota de Imprensa Arte Plural.

capa2_CozVegetBebesCriancas

As Viúvas de Dom Rufia, de Carlos Campaniço

Conhecido por Dom Rufia desde moço, Firmino António Pote, criado sem recursos numa vila alentejana, promete a si mesmo tornar-se rico. Negando-se à dureza do trabalho do campo, divide durante anos a sua sobrevivência entre o ócio e alguns negócios frugais. Mas, já nos trinta, munido de assombrosa imaginação, bonito como poucos e gozando de uma enorme capacidade de persuasão, sobretudo entre as mulheres, lobriga várias maneiras de alcançar o seu objectivo, fingindo continuamente

ser quem não é. Para isso, porém, é obrigado a viver em vários lugares ao mesmo tempo, dando a Juan de los Fenómenos, um velho chileno em busca de proezas sobre-humanas, a ilusão da ubiquidade.

Quando o corpo sem vida de Dom Rufia é encontrado no meio do campo, a recém-empossada Guarda Republicana não imagina as surpresas que o funeral reserva. O aparecimento de uma estranha carta assinada pelo tio do morto é só o princípio da desconfiança de que ali há mão criminosa.

Um romance irresistível e cheio de humor, cuja acção decorre no início do século xx, num Alentejo onde pululam personagens fascinantes e inesquecíveis.

Nota de Imprensa Casa das Letras.

As Viúvas de Dom Rufia

Se o Passado não Tivesse Asas, de Pepetela

Himba, treze anos acabados de fazer, durante a fuga do Planalto Central para Luanda, motivada pela guerra, perde-se do resto da família, vendo-se de repente sozinha no mundo. Sem outros meios que não sejam a sua inteligência, consegue chegar à capital, onde conhece Kassule, um menino de dez anos que perdeu uma perna devido a estilhaços de uma mina. Ambos órfãos vítimas da guerra, sem teto e dependendo do lixo dos restaurantes, unem-se para conseguirem subsistir, lutando pela sobrevivência dia a dia. Assim nasce uma bela amizade. Sofia, que há muito aguarda uma oportunidade para mudar de vida, descobre que tem um sentido muito apurado do gosto. Numa aposta arriscada, aceita gerir um restaurante, onde também dá conselhos sobre temperos. À medida que o restaurante vai ganhando clientes da classe alta de Luanda, também a ambição de Sofia vai sendo alimentada.

Uma narrativa original com um desfecho imprevisível, que retrata os últimos vinte anos da história de Angola.

Pepetela (Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos) nasceu em Benguela, Angola, em 1941. Licenciou-se em Sociologia, em Argel, durante o exílio. Foi guerrilheiro do MPLA, político e governante. Foi ainda professor na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, e tem sido dirigente de associações culturais, com destaque para a União de Escritores Angolanos e a Associação Cultural Recreativa Chá de Caxinde.
A atribuição do Prémio Camões (1997) confirmou o seu lugar de destaque na literatura lusófona.

Nota de Imprensa da D. Quixote.

Se o Passado não Tivesse Asas

Centro Lusófono russo prepara antologia de contos brasileiros | Adelto Gonçalves

SÃO PETERSBURGO – O Centro Lusófono Camões, da Universidade Estatal Pedagógica Herzen, de São Petersburgo, está preparando a publicação de uma antologia de contos brasileiros contemporâneos em edição russo-portuguesa. Segundo o diretor do Centro Lusófono, professor Vadim Kopyl, responsável pela publicação, a antologia reunirá mais de 30 autores e será dedicada à memória do ex-embaixador do Brasil em Portugal (1979-1983), Dário Moreira de Castro Alves (1927-2010), antigo sócio honorário da instituição, que exerceu postos na Embaixada do Brasil em Moscou, foi chefe de gabinete no Ministério das Relações Exteriores e presidente do Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA), em Washington, entre outros cargos.

Os contos são, em geral, de autores que enviaram ao Centro seus trabalhos, que estão sendo traduzidos por professores-tradutores ligados à instituição. Entre os autores selecionados, estão Adelto Gonçalves, Adriano Edson Macedo, Anderson Braga Horta, Branca Maria de Paula, Caio Porfírio Carneiro, Carlos Pessoa Rosa, Carlos Trigueiro, Ciro de Mattos, Cunha de Leiradella, Dilermando Rocha, Edmar Monteiro Filho, Edson Amâncio, Eltânia André, Francisco Magno, Helena Parente Cunha, Iacyr Anderson Freitas, Ivan de Castro Alves, Ivan G. Ferreira, Luiz Ruffato, Jaime Prado Gouvêa, Lustosa da Costa (1938-2012), Oleg Almeida, Ozias Filho, Pedro Maciel, Rejane Machado, Ronaldo Cagiano, Rubens Neco da Silva e Susana Fuentes, entre outros.

Em abril, na Embaixada do Brasil em Moscou, foi lançado o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (1881-1922), publicado por uma editora de Moscou. Nos anos anteriores, foram apresentados ao público os livros Contos de Machado de Assis e Contos Escolhidos de Machado de Assis, publicados em edição bilíngue russo-portuguesa pelo Centro Lusófono Camões em 2006 e 2007, respectivamente, com prefácios do escritor e professor Adelto Gonçalves, doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP).

Desde a sua fundação em 1999, o Centro publicou também em edições bilíngues os livros Guia de Conversação Russo-Portuguesa Contemporânea, Poesia Portuguesa Contemporânea (2004), que reúne poemas de 26 poetas portugueses, e Vou-me embora de mim (2007), do poeta português Joaquim Pessoa. Em 2013, a Embaixada do Brasil em Moscou apoiou a publicação da segunda edição revista do livro Contos Escolhidos de Machado de Assis. O Centro Lusófono Camões mantém estudantes nos níveis zero, médio e superior.

Biblioteca

Segundo o professor Kopyl, o Centro Lusófono Camões recebeu por correio, desde agosto de 2011, mais de 300 livros de instituições e autores do mundo lusófono que vêm enriquecendo o seu acervo, a tal ponto que teve de instalar novas estantes em sua biblioteca. As instituições, editoras e autores interessados devem enviar os seus livros para:

Prof. Vadim Kopyl

CENTRO LUSÓFONO CAMÕES

Moica 48 – UNIVERSIDADE ESTATAL PEDAGÓGICA HERZEN k. 14

São Petersburgo – Rússia

Foto: Divulgação

Legenda:

Estudantes no Centro Lusófono Camões da Universidade Herzen, em São Petersburgo: importante trabalho de difusão da Língua Portuguesa na Rússia

Vesânia | Domingos da Mota

Quando julgas que tens o santo-e-senha

para acender nos lábios um sorriso

ou suster uma lágrima que venha

marejar bruscamente, sem aviso;

e te sentes  imune, fleumático,

perante os mais inóspitos delírios

e carregas o cenho sorumbático

e denegas a carga de martírios;

quando pensas que podes superar

a lúcida cegueira que alucina

e tudo contagia até tomar

o rosto de vesânia sibilina

de pérfidos rumores, vozes distantes

que transformam os moinhos em gigantes.

 

Domingos da Mota

João Morgado apresenta o seu recente livro «ÍNDIAS»

«ÍNDIAS» recebeu o Prémio Literário António Alçada Baptista, pelo que o presidente da Câmara da Covilhã, Vitor Pereira, fará uma evocação ao escritor covilhanense, e apresentará a segunda edição do prémio.

A obra será apresentada pelo escritor Sérgio Luís de Carvalho.

pUB_lISBON

A WOOK tem um novo look

A WOOK inicia hoje um novo capítulo com uma plataforma adaptativa que permite ao utilizador uma experiência de compra simplificada.

A partir de hoje, os clientes da WOOK.pt vão ter acesso ao novo site daquela que é a maior livraria de Portugal.

O design adaptativo da nova plataforma permitirá ao utilizador ter uma melhor experiência de navegação, independentemente do dispositivo de acesso – desktop, tablet ou smartphone. A maior rapidez e assertividade dos motores de busca é outra das novidades da nova WOOK. A tecnologia utilizada vai ainda permitir ao utilizador uma maior fluidez e melhor experiência de compra.

Ao longo dos últimos 17 anos, a WOOK conseguiu alargar a sua presença no mercado e já conta com cerca de 700 mil clientes registados e um catálogo com mais de 8 milhões de livros e eBooks, incluindo toda a edição portuguesa e milhares de títulos espanhóis, ingleses e franceses.

Para além de livros e eBooks também é possível encontrar manuais escolares, auxiliares de ensino e livros universitários.
Atualmente, a WOOK vende para mais de 90 países e cerca de 80% das encomendas são expedidas no próprio dia.

Nota de Imprensa da Porto Editora

NIWOOKmaio2016

Lançamento – Alma Benfiquista

Este livro leva-nos aos bastidores de uma gestão de excelência, que não se cinge ao futebol e que não esquece os adeptos, os sócios, as Casas do Benfica, onde todos trabalham para um clube maior.

Pedro Guerra revela os pormenores da saída polémica de Jorge Jesus e a consequente contratação de Rui Vitória; e termina lembrando os episódios mais controversos dos confrontos semanais, na televisão, com os adeptos dos outros dois clubes, Sporting e FC Porto.

Sobre o livro.

ConvBenfica

O Rei condenado à morte & outras histórias | Edmar Monteiro Filho | by Adelto Gonçalves

 Contos dos quais o leitor jamais sairá indiferente                                                                                                                                                                                             Adelto Gonçalves (*)

I

            Não se sabe quando nasceu o conto na forma como o conhecemos hoje, mas um arremedo do gênero deve ter sido o primeiro relato que um homem da caverna tentou fazer a um(a) companheiro(a). Basta ver que até mesmo sociedades ágrafas guardam narrativas míticas, que foram transmitidas oralmente de geração para geração. Seja como for, apesar de suas raízes estarem fincadas na história da Humanidade, o conto como gênero literário é produto nascido no século XIX, quando a imprensa começou a se expandir.

A essa época, o leitor de jornais – obviamente, alguém alfabetizado e possuidor de alguma cultura – passou a se interessar por literatura, o que justifica o aparecimento não só de relatos pouco extensos nas folhas diárias, semanais ou quinzenais bem como de capítulos de romances, os chamados folhetins, que apareciam geralmente no rodapé da página. Obviamente, o conto, como narrativa curta, foi o gênero que mais bem se adaptou ao espaço limitado dos jornais, atraindo romancistas e contistas conhecidos como Guy de Maupassant (1850-1893) em Paris, Eça de Queirós (1845-1900) em Lisboa e Machado de Assis (1839-1908) no Rio de Janeiro.

Hoje, em tempos de informática, a narrativa curta acaba de ganhar novo fôlego, com a proliferação de blogs e sites que reproduzem microtextos, a já denominada microficção, ainda que já proliferem pelo menos desde o início do século XXI os chamados e-books, que reproduzem romances e livros de todos os gêneros, embora seja a sua leitura exercício difícil ao menos para aqueles que já carregam mais de cinco ou seis décadas às costas e foram formados na velha escola do livro impresso e das bibliotecas públicas.

                                                           II

            Provavelmente, pressionados pelo espaço reduzido dos jornais e revistas, os contistas procuraram, ao longo do século XX, concentrar suas narrativas em poucas e resumidas linhas, sem deixar de se aprofundar no âmago de suas personagens. É de se reconhecer que, no século XX, os argentinos Jorge Luis Borges (1899-1986) e Julio Cortázar (1914-1984) foram aqueles que procuraram, por meio do gênero, criar uma nova forma de fazer literatura na América Latina. Para tanto, procuraram romper com os modelos clássicos, produzindo narrações que escapam à linearidade temporal. Geralmente, suas personagens adquirem autonomia, graças à profundidade psicológica que lhes creditam.

No Brasil, não foram poucos os escritores que se sentiram influenciados pela maneira criativa de escrever narrativas breves que tanto Borges quanto Cortázar exibiam. Ainda hoje essa influência é visível. Como pode constatar quem vier a ler O Rei condenado à morte & outras histórias (Guaratinguetá-SP, Editora Penalux, 2015), de Edmar Monteiro Filho (1959), que reúne relatos inéditos e outros já publicados e premiados.

Entre os textos inéditos, está o conto que abre o livro, uma narrativa densa que tem como pano de fundo o futebol, curiosamente um tema pouco explorado pelos escritores brasileiros, embora essa seja a modalidade esportiva mais popular no País. É de se recordar que, desde o começo do século XX, o excepcional romancista Lima Barreto (1881-1922) sempre se opôs ao futebol, não propriamente contra a prática esportiva, mas contra um projeto político-ideológico das elites que procurava fazer do football um esporte praticado só por pessoas bem postas na vida.

O Rei, como percebe o leitor a partir da capa, é Pelé, o jogador mais famoso do mundo, mas o foco do conto recai sobre personagens secundárias, coadjuvantes, as “vítimas” do malabarismo do atacante, ou seja, jogadores obscuros – ou pelo menos não tão notórios e famosos como Ele (a quem se reverencia com a letra inicial em maiúscula) – que, em algum momento de suas carreiras, tiveram de enfrentar a sua genialidade.

O conto começa com Gustavsson, zagueiro da seleção sueca “humilhado” por um “chapéu” desconcertante na derrota da Suécia para a seleção brasileira, na final da Copa do Mundo de 1958. Avança com um relato que parece saído das páginas de um jornal da década de 1950 e que reproduz os acontecimentos de um dia de sábado à tarde, em agosto de 1959, quando, no estádio Conde Rodolfo Crespi, na Rua Javari, no tradicional bairro da Moóca, em São Paulo, o Santos derrotou o Juventus pelo Campeonato Paulista e Pelé marcou um gol antológico, depois de aplicar dois “chapéus” em dois antagonistas e mais um no goleiro Mão de Onça.

O conto reconstitui ainda o antológico “gol de placa”, anotado por Pelé, em 1961, no Maracanã, em lance em que metade da equipe do Fluminense foi driblada pelo craque. E encerra-se com os acontecimentos de certa noite de domingo de 1969, no mesmo estádio do Maracanã, onde ocorreu o chamado “milésimo gol” marcado por Pelé diante do goleiro argentino Andrada, do Vasco da Gama. Desse episódio há um vídeo que mostra como “El Gato”, depois de sofrido o gol, dá socos no chão, inconformado por passar para a história como coadjuvante da glória do Rei do futebol. Anos mais tarde, Andrada voltaria às páginas dos jornais, desta vez acusado de ter colaborado em crimes praticados em 1983, à época da última ditadura militar (1976-1983) que tanto infelicitou a Argentina.

                                                           III

            No segundo relato do livro, “Primeiro de janeiro é o dia dos mortos”, laureado com o Prêmio Guimarães Rosa de 1997, em concurso promovido pela Rádio França Internacional, o contista mergulha no inconsciente de um policial alcoólatra, às voltas com um assassino de mendigos na cidade de São Paulo. Em outro conto, “Alfinete”, um médico psiquiatra sofre uma estranha metamorfose diante dos olhos do leitor, assumindo as idiossincrasias e alucinações de seu paciente, tal como uma personagem de Franz Kafka (1883-1924).

Aliás, no conto “Água Suja”, Edmar Monteiro Filho repete também o cotidiano sufocante e burocrático de Kafka, ao reconstituir a vida de um funcionário da Justiça em sua tentativa de conciliar as divergências entre dois cidadãos. Em outro texto, “Cavaleiro negro contra o matador de cangaceiros”, igualmente criativo, o autor investiga a alma de um filho oprimido pelo pai, que busca conforto nos desafios de uma máquina de fliperama.

Em “Voador”, os personagens são Kublai Khan, Marco Polo, Italo Calvino, o rei V. e o próprio autor. Como numa fábula, o leitor pode viajar no tempo e no espaço, indo da China à Florença, passando por Amparo, pequena cidade do interior de São Paulo. Enfim, são oito relatos dos quais o leitor não sairá ileso e muito menos indiferente, tal a inventividade do seu autor.

                                                            IV

            Edmar Monteiro Filho escreve e publica desde 1980. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Paulo (1980) e em História pela Fundação Municipal de Ensino Superior de Bragança Paulista (2007), com especialização em História Cultural pela mesma instituição de ensino (2010). É mestre em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de São Paulo (Unicamp), título obtido com a dissertação “O major esquecido: Histórias de Alexandre, de Graciliano Ramos” (2013). Atualmente é doutorando em Teoria e História Literária na Unicamp.

Recebeu também o Prêmio Cruz e Souza de Literatura, com o livro Aquários (contos, Fundação Catarinense de Cultura, 2000). Publicou ainda Este lado para cima (poesia, edição de autor, 1993), Halma húmida (poesia, edição do autor, 1997), Às vésperas do incêndio (contos, edição do autor, 2000), com o qual conquistou o Prêmio Cidade de Belo Horizonte, Que fim levou Rick Jones? (contos, 2010) e a novela Azande (edição de autor, 2004).

Nascido na cidade de São Paulo, mora em Amparo, desde a infância, mas, como funcionário do Banco do Brasil, pôde viajar por quase todo o País recolhendo experiências que depois utilizaria em seus contos. Também atuou como funcionário do Fórum local. Foi ainda em jornais de Amparo que começou a publicar seus textos, em 1981, ano em que ganhou seu primeiro prêmio literário com o conto “Maré vermelha”, na cidade de Araguari-MG. Desde 1997, ministra oficinas literárias de contos em várias cidades. Assina uma coluna em que faz resenhas de livros no jornal semanário A Tribuna, de Amparo.

_______________________________

O Rei condenado à morte & outras histórias, de Edmar Monteiro Filho. Guaratinguetá-SP: Editora Penalux, 206págs., R$ 38,00, 2015. E-mail: penalux@editorapenalux.com.br

Site: www.editorapenalux.com.br

_______________________________

 (*) Adelto Gonçalves é doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de Os vira-latas da madrugada (Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1981; Taubaté, Letra Selvagem, 2015), Gonzaga, um poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002), Bocage – o perfil perdido (Lisboa, Caminho, 2003), Tomás Antônio Gonzaga (Academia Brasileira de Letras/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012), e Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015), entre outros. E-mail: marilizadelto@uol.com.br

The Carpet Crawlers | Genesis | Peter Gabriel

The Carpet Crawlers Lyrics

{There is lambswool under my naked feet
The wool is soft and warm
Gives off some kind of heat
A salamander scurries into flame to be destroyed
Imaginary creatures are trapped in birth
On celluloid

Continue reading

Miragens | Maria Isabel Fidalgo

Águas que correis ligeiras
sem contenção nos caminhos
e que cantando trazeis
sonatas de ribeirinhos
por entre pedras e verdes
na frescura da manhã…
Sabei que também eu cantei
com o ímpeto das nascentes
e que arrisquei travessias
com a força das torrentes.
Mas já não corro nem salto
nem ouso sequer sonhar
as travessuras do cântaro
junto da fonte a cantar…
Finou-se a asa da fonte
quebrou luz a cantadeira
e o rio quando passa
já não tem força nem graça
nem gritos de bebedeira.

maria isabel fidalgo
(inédito 20-04-2016)

Vinte Poemas Para Camões, de Manuel Alegre

Neste livro, originalmente publicado em 1992, Manuel Alegre homenageia o grande poeta da língua portuguesa que é também uma das suas grandes referências e permanente inspiração: Luís de Camões.

«Esta nação nasceu como poema.
Teu canto e tu são nossa tromba de água
sílaba longa sílaba breve
são nosso fogo de santelmo e consoantes
nosso mapa tecido a azul e mágoa
salso argento lenho leve
haverá sempre em nós um nunca dantes
amar e mar e nunca ter senão
Babilónia Sião rios que vão.»

VintePoemasParaCamões