Pirómanos Publicado em 2012/07/06, atualizado em 2014/09/09 por Bruno Barão da Cunha Há um mar de chamas do outro lado da cidade. És tu a arder na minha ausência. Pegas fogo aos lençóis, incendeias o quarto, consomes a tua casa em labaredas. Estou longe mas […]
A entrega Publicado em 2012/07/03, atualizado em 2014/09/09 por Bruno Barão da Cunha Clarisse olha-se ao espelho. Está nua. Estica os braços atrás da cabeça, um seio a elevar-se, a auréola a apontar para o tecto. O outro seio teima em não contrariar a gravidade, mostrando-se […]
Debaixo da árvore Publicado em 2012/06/20, atualizado em 2014/09/09 por Bruno Barão da Cunha Três homens estão debaixo de uma árvore. Apressada, a vida passa diante deles. — Dói-me o corpo — lamenta-se o primeiro. — Dói-me o coração — lamuria o segundo. — Dói-me a alma […]
Contramão Publicado em 2012/06/11, atualizado em 2014/09/09 por Bruno Barão da Cunha O rosto de Santiago era fustigado por uma brisa que lhe picava a pele. Cheirava a frio e a abetos numa corrente fina e gelada que se entranhava nas narinas. Aquele Fevereiro agasalhava […]
Ponto morto Publicado em 2012/05/11, atualizado em 2014/09/09 por Bruno Barão da Cunha Há um único cruzamento no deserto. No relógio de Sebastião os ponteiros mostram uma hora vaga. “19h10m? 11h09m? 09h11m?” — Escolhe o teu tempo. É agora! Sebastião sai do carro, o motor em […]
Arrastão Publicado em 2012/04/27, atualizado em 2014/09/09 por Bruno Barão da Cunha Pegaste na minha mão. Eu não queria. Arrastaste-me até ao quarto. Fui assaltada. Fiquei sem roupa, ainda me debati. Fiquei sem fôlego, fiquei sem mim. Nada sobrou. Rendi-me. Fui presa fácil do teu […]
A estalada Publicado em 2012/02/12, atualizado em 2014/09/12 por Bruno Barão da Cunha Há duas chávenas vazias em cima da mesa. Trazes um bule com água a ferver, que poisas em cima de uma base. Sentas-te. Sem dizeres uma palavra, levantas a mão e dás-me uma bofetada. […]
Bomba atómica Publicado em 2012/01/31, atualizado em 2014/09/12 por Bruno Barão da Cunha A bomba vai explodir. Já está armadilhada. Só falta digitar o código de acesso e premir o botão. — Vou-te deixar. D. sufoca no ar que o rareia e leva as mãos ao […]