Açores – O Segredo das Ilhas, de João de Melo

Publicado originalmente em álbum, em 2000, AçoresO Segredo das Ilhas, adquire agora um novo formato.

Um livro definido assim pelo próprio autor: “(…)pode ser lido antes de se partir à descoberta do desconhecido; ou relido no regresso a casa, depois de visitar as ilhas, com o fim de recuperar emoções e aferir as imagens nele descritas pelas opiniões de cada um. Uma leitura posterior à viagem não deixará de constituir uma forma de sintetizar esta aventura sempre tão extraordinária, como sempre há-de ser a peregrinação pelas nove ilhas dos Açores: um lugar turístico, sim, mas também poético e literário à medida de cada viagem e da sua aventura.”

Nota de Imprensa D. Quixote.

Açores - O Segredo das Ilhas

Olhando por Mr. Bergman, de João Rebocho Pais

João Rebocho Pais, português, tinha dois filhos: Miguel e Francisco. Marie-Louise Bergman, sueca, também: Alina e Viktor. A dada altura da sua vida juntaram os dias e a vontade de seguir em frente.

E foi assim que nasceu Filipe Bergman Pais, tratado por muitos nomes cómicos e carinhosos, entre os quais, justamente, Mr. Bergman.

Trabalhando a mãe como investigadora num laboratório, com uma actividade profissional que lhe permitia apenas intervalos controlados, decidiu o pai pedir uma licença para ficar em casa com o bebé. E é dessa fantástica convivência que nasce Olhando por Mr. Bergman – um relato ternurento, divertido e irresistível sobre o primeiro ano de vida do bebé. Os brinquedos preferidos, a sopa que voa com um espirro, uma chucha que se evaporou, os passeios a dois, as manhas, os mimos dos irmãos e, finalmente, a ida para a creche, são alguns dos momentos especiais vividos por pai e filho e vertidos para estas crónicas deliciosas.

Nota de Imprensa Casa das Letras

Olhando por Mr. Bergman11

A Conspiração Cellamare, de Nuno Júdice

Embora A Conspiração Cellamare remeta para factos históricos, este não é um romance histórico. É muito mais do que isso. O narrador-personagem é o próprio Nuno Júdice, que, da actualidade, evoca o seu remoto parente Antonio Giudici, embaixador de Filipe V de Espanha, em Paris, e co-responsável com a duquesa de Maine pela Conspiração Cellamare (1718), que pretendia juntar as coroas de Espanha e de França em Filipe V, derrubando o duque de Orleães, regente da coroa francesa. Investigando os mistérios que envolvem os seus antepassados, Nuno Júdice leva-nos na sua viagem literária e cultural pela Europa dos últimos três séculos. Com ele percorremos, entre outras coisas, os corredores do palácio Cellamare, em Nápoles, cruzando-nos com muitos dos hóspedes ilustres que por lá passaram – Caravaggio, Casanova, Sade e Goethe, entre outros – e com inúmeras pequenas histórias das suas vidas. Tudo intercalado com episódios da vida do autor, os seus pensamentos e opiniões.

Nota de Imprensa D. Quixote.

A Conspiração Cellamare

HISTÓRIAS FULMINANTES | ptn | txt/ img

Durante toda a Primavera e todo o Verão as árvores eram tão procuradas pelos pássaros que no Inverno, muito tempo depois de eles terem partido, havia quem abrisse as janelas para ouvi-las cantar. No Outono, era a época da música das folhas e do vento e por uma questão de tradição as árvores calavam-se.

ptn

Bibliotrónica Portuguesa – a reedição eletrónica

A Bibliotrónica Portuguesa visa permitir o acesso gratuito, on-line, a livros escritos em português europeu. De três modos:

  • em reedições de livros já publicados em papel,
  • em edições de originais inéditos,
  • através de um índice remissivo para todos os livrónicos que encontremos na Internet em português europeu.

Nas reedições e nas edições, os responsáveis seguem regras de edição, com o objetivo de garantir a qualidade dos textos editados. No índice, o objetivo é a exaustividade, havendo apenas o cuidado de informar previamente o leitor do tipo de acesso ao livrónico na Internet: em fotografia (não pesquisável), em transcrição (pesquisável), ou de forma condicionada (password ou pagamento).

No blogue, conversaremos sobre todas as novidades e todos os nossos leitores poderão sugerir títulos para reedição, indicar novos links para o índice de livrónicos na Internet, e comentar os originais que forem sendo editados.

A Bibliotrónica Portuguesa foi lançada em 2007, quando a mudança do livro para o suporte digital era, em Portugal, ainda incipiente. Inicialmente alojada no site do Departamento de Literaturas Românicas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a Bibliotrónica Portuguesa nasceu ligada ao lançamento dos estudos em Crítica Textual naquela instituição.

Foi depois alojada no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, onde acolheu as primeiras edições críticas.

Em 2015, o projeto autonomiza-se, abrindo uma nova plataforma para publicação de originais editados. Esperamos que autores e editores explorem este espaço como uma alternativa ao circuito comercial da edição.

Fonte: página oficial.

Bibliotronica

Como funcionava a Justiça na São Paulo colonial | Ernst Pijning

Adelto Gonçalves, jornalista, cronista e historiador, escreveu o seu terceiro livro de História. Romancista e contista, o seu interesse maior está na literatura, mas os seus dois primeiros livros na área de História foram sobre dois poetas setecentistas: Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) e Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805). Mas, mesmo nestes dois livros biográficos – Gonzaga, um Poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1999) e Bocage, o Perfil Perdido (Lisboa, Editorial Caminho, 2003) –, Adelto é um cronista: ele adora os detalhes, as localidades, as vidas pessoais, os sucessos literários, as amizades e as brigas.

Além disso, os dois poetas também foram influenciados pelo sistema jurídico: o pai de Bocage foi juiz de fora em Beja, em Portugal, e ficou encarcerado durante sete anos, nas garras do intendente Pina Manique (1733-1805); e Gonzaga, o inconfidente ouvidor de Vila Rica, ainda voltou a ser funcionário régio durante o seu no exílio na Ilha de Moçambique.

Adelto nestes dois livros mostra como se pode fazer História sem obrigar o leitor a enfrentar um texto enfadonho. As duas obras são um tesouro de detalhes para os historiadores e apresentam muitas informações novas sobre os dois poetas. Já em seu novo livro, Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial: 1709-1822 (São Paulo, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015), ele estuda um tema bem presente nos outros dois: o Direito setecentista, mas, desta vez, na capitania de São Paulo.

O autor considera este livro um trabalho complementar aos de Stuart B. Schwartz e de Arno e Maria José Wehling sobre o Tribunal Superior da Bahia e o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro, respectivamente. Mas este livro de Adelto é um pouco diferente: é menos um estudo institucional e de suas práticas e mais uma análise da atuação dos funcionários e do comportamento das pessoas.

Também não se inicia com o ano da criação da capitania (1709), mas sim com a colonização de São Vicente no século 16, com o donatário perto da sua cidade natal, Santos. A exemplo de seus dois livros anteriores, este é igualmente inclusivo e amplo. Inclui Rio de Janeiro e Salvador, quando administravam o território de São Paulo, o que abrange todo o período colonial.

O retrato que Adelto Gonçalves traçou mostra o desenvolvimento de cargos relacionados com o dinheiro. No período inicial, o Direito ficava nas mãos de uma variada classe de funcionários: juízes ordinários, vereadores, meirinhos, provedores e corregedores, que não tiveram uma educação formal na Universidade de Coimbra, em Portugal. Julgavam e decidiam com base nos usos e costumes. Era difícil pagar o salário de um funcionário, se não houvesse uma base financeira. Por isso, o governo em Portugal até hesitou em nomear novos representantes de seu poder em tempos duros.

Por exemplo, a cidade de São Paulo, durante a Guerra da Sucessão Espanhola, nem contou com ouvidor nem governador. Afinal, faltava representação a Portugal. Importante era que os outros funcionários, da Câmara, da Provedoria, da Alfândega, os juízes ordinários, eram todos oriundos de famílias locais e faziam movimentar a Justiça e os negócios do Estado. Quase todos tinham comprado os seus ofícios, que ficavam entre membros de sua própria família durante várias gerações.

Depois da separação das capitanias de São Paulo e Minas Gerais, a situação mudou para um regime de reinóis. Os dois principais cargos de Justiça eram os de ouvidor e o de governador e capitão-general (cargos concomitantes). Os ouvidores administravam a Justiça na comarca, os juízes de fora na cidade ou nas vilas, enquanto o governador e capitão-general era a cabeça da capitania.

Para melhor entender como isso funcionava, Adelto descreve a atuação de cada ouvidor e governador setecentista (mesmo se não tomavam posse!) e explica como eles, na maioria das vezes, desentendiam-se. Até porque não estavam bem definidas as áreas de atuação de cada um. E um sempre podia invadir a seara do outro, o que causava descontentamentos e atritos.

Nesse sentido, Direito e Justiça em Terras d´El Rei na São Paulo Colonial fica bem perto do livro sobre Gonzaga, que como ouvidor na Vila Rica, brigava bastante com o governador, o que também ocorreu em Moçambique.

Ou seja, a administração colonial não seguia um compêndio de regras fixas, mas dependia do humor e da decisão de personalidades. Utilizando a correspondência do Conselho Ultramarino e do secretário do Ultramar, o autor explica cada controvérsia, especialmente entre estes dois altos funcionários e oferece boas explicações sobre os acontecimentos na capitania. Fiquei, por exemplo, bem surpreso e contente com os detalhes acerca do roubo do quinto de Mato Grosso (o ouro foi trocado por chumbo). Aqui, Adelto se mostra um minucioso pesquisador.

Com a chegada da Corte em 1808, mudaram-se também os poderes nas capitanias, inclusive na de São Paulo. Entrou aqui no jogo político uma importante família local, a de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838). No caso da capitania de São Paulo, as elites locais passaram a ter um contato direto com o centro do poder, que ficava no Rio de Janeiro. Assim, mudou-se a balança de um governo de reinóis para um governo essencialmente paulista.

O autor nunca quis dar a palavra final sobre a justiça colonial, mas, com certeza, deu início a um debate. Afinal, os historiadores vão encontrar neste livro informações importantes, especialmente sobre ouvidores, juízes de fora, juízes ordinários, vereadores, corregedores e provedores e a própria Justiça à época. Como está para ser publicado também o livro Magistrados a serviço do Rei: a administração da Justiça e os Ouvidores-Gerais na Comarca do Rio de Janeiro (1710-1790), de Isabela de Mello, temos de agradecer a estes dois autores por terem dado à Justiça o lugar que merece na História do Brasil.

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Direito e Justiça em Terras d’El-Rei na São Paulo Colonial, 1709-1822, de Adelto Gonçalves (São Paulo: Imprensa Oficial do Governo do Estado de São Paulo, 364 págs., 2015, R$ 55,00). ISBN: 978-85-401-0138-8. Site: www.imprensaoficial.com.br

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(*) Ernst Pijning é doutor (PhD) em História pela Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, Maryland, Estados Unidos,  e mestre em História pela Universidade de Leiden, Holanda. É professor desde 1999 da Minot State University, de Dakota do Norte, Estados Unidos. Especialista em História da América Latina, seus interesses de pesquisa abrangem o Atlântico-Sul, incluindo Brasil e África, e o comércio intercultural no século XVIII.

adelto

poema | maria isabel fidalgo

Escrevi amor no mapa do teu corpo
com a vagarosa bússola dos sentidos
escavei a ondulação do mar revolto
nas águas do teu porto desabrido.
Não fugi às intempéries
nem à devastação do litoral
desfraldei as velas no limiar do horizonte
e repousei os remos no fim do temporal.
E quando o dia clareou silente
na alegria do lençol já repousada
eu pude ver na pupila dos teus olhos
o perfil abrasador da madrugada.

maria isabel fidalgo

Via Crucis, de Gianluigi Nuzzi

Francisco, um Papa em perigo no seio do Vaticano.
«É o início de uma guerra. Uma guerra ainda em curso, fechada nos aposentos secretos do Vaticano. Este livro relata-a com documentos até agora secretos e com provas das irregularidades gigantescas e aparentemente incontroláveis contra as quais o pontífice está a lutar com uma coragem e determinação únicas.»

Depois de Sua Santidade, Gianluigi Nuzzi regressa com uma nova investigação, desenvolvida a partir de informações confidenciais a que teve acesso, e apresenta-nos a luta que Francisco e os seus apoiantes travam para reformar a igreja.

Nunca nenhum jornalista tinha tido a oportunidade de ouvir a gravação de diversas reuniões privadas entre os dirigentes do Vaticano e o Papa. Nestas, Francisco, nomeado há pouco mais de três meses, desfere um ataque cerrado à nomenclatura que há anos dirige as finanças da Santa Sé. Bergoglio pede transparência depois de ver documentação que confirma a má gestão e até operações desonestas por parte dos dirigentes.

Uma situação muito negativa, até agora completamente desconhecida, é aqui divulgada e ajuda-nos a compreender por que razão Bento XVI renunciou. Em jogo está o futuro da igreja e a sua credibilidade no mundo.

Gianluigi Nuzzi é um dos mais destacados jornalistas de investigação italianos da atualidade. Nascido em Milão, em 1969, colabora com diversos jornais e revistas, nomeadamente Espansione, CorrierEconomia, L’Europeo e o Corriere della Sera. Trabalhou para o Il Giornale e Panorama e é jornalista convidado do Libero. Desde 1994, tem seguido as mais relevantes investigações judiciais italianas.

Nota de Imprensa Bertrand Editora.

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Pequenos Vigaristas, de Gillian Flynn

Uma jovem astuta tenta sobreviver num universo marginal, mas sobretudo inofensivo. Numa manhã chuvosa de abril, está a ler Palmas Espirituais quando chega a Susan Burke. Excelente observadora do comportamento humano, a nossa narradora faz imediatamente o diagnóstico: uma mulher rica e infeliz, ansiosa por um pouco de drama e de emoção. Mas quando vai visitar a estranha casa vitoriana onde Susan vive, e que é a causa do seu terror e angústia, percebe que talvez já não seja preciso fingir que acredita em fantasmas… Miles, o enteado de Susan, também não ajuda. Não tarda a que os três se debatam para descobrir onde reside efetivamente o mal, e se existe alguma possibilidade de fuga.

Gillian Flynn é autora de Em parte Incerta best-seller do New York Times e um dos melhores livros de 2012. É também autora de Objetos Cortantes, vencedor do Dagger Award e nomeado para o Edgar Award de romance de estreia, escolha da BookSense e da selecção de Descobertas da cadeia de livrarias Barnes & Noble. E ainda de Lugares Escuros, adaptado recentemente ao cinema. A autora está publicada em vinte e oiro países.
Vive em Chicago com o marido e o filho.

Nota de Imprensa Bertrand Editora.

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Naus II – A Viagem de Magdala – Feira do Livro

A Bertrand Editora tem a honra de convidar para a apresentação de ‘Naus II – A Viagem de Magdala’, das autoras Patrícia Faria e Mariana de Melo.

A sessão vai decorrer no sábado, dia 4 de junho, pelas 17h00 no auditório da APEL, na Feira do Livro de Lisboa.

Partilhamos ainda o vídeo de apresentação da obra, que foi feito pelas autoras: https://goo.gl/jrfIih

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Horas Extraordinárias – Recompensas

Os editores ingleses, como já aqui referi, compram pouca literatura estrangeira – mas, quando a compram, gostam do exótico. Em muitas reuniões com editores britânicos que tive no passado, no que toca aos romances de língua portuguesa, sempre estiveram mais atentos aos africanos e brasileiros do que aos portugueses.

Retirado do blog Horas Extraordinárias, de Maria do Rosário Pedreira.

Horas Extraordinarias

Cinco Esquinas, de Mario Vargas Llosa

O novo romance do Prémio Nobel da Literatura 2010. À conversa, sem os maridos, e desatentas à hora do recolher obrigatório, Chabela e Marisa terão de pernoitar juntas. O que aconteceu na cama nessa noite passará a ser um saboroso segredo. Chabela é mulher de um advogado de renome; Marisa, de uma das figuras cimeiras da exploração mineira. O mundo perfeito em que vivem – não fora a constante ameaça dos guerrilheiros e os sequestros – será fortemente abalado por um escândalo. Após uma tentativa de chantagem por parte de Rolando Garro, diretor do pasquim Destapes, a participação do engenheiro Enrique Cárdenas numa orgia será tornada pública em todos os seus pormenores mais sórdidos. Segue-se um assassínio brutal. Mas a relação de tudo isto com o poder político, nomeadamente com o homem que na sombra governa de forma corrupta e autoritária o país, o Doutor, braço direito do Presidente, será revelada: curiosamente pela coragem e fibra da redatora principal do referido tabloide, conhecida por La Retaquita.

Um romance sobre o poder, a sua sordidez, a manipulação – e também sobre o amor e o erotismo.

Mario Vargas Llosa nasceu em março de 1936, em Arequipa, no Peru. Aos 17 anos decide estudar Letras e Direito e, no ano seguinte, casa-se com a sua tia Julia Urquidi – assegurando a subsistência com trabalhos muito diversos, como conferir e rever nomes de lápides, escrever para rádio ou catalogar livros. Em 1959 abandona o Peru e, graças a uma bolsa, ingressa na Universidade Complutense de Madrid, onde conclui um doutoramento que lhe permite cumprir o sonho de, um ano depois, se fixar em Paris. Aí, sempre próximo da penúria, foi locutor de rádio, jornalista e professor de espanhol. Por esse tempo tinha apenas publicado um primeiro livro de contos. Regressado ao Peru em 1964, divorcia-se de Julia Urquidi e casa-se no ano seguinte com a sua prima Patricia Llosa, com quem parte para a Europa em 1967 (depois de ter publicado A Casa Verde, em 1966). Até 1974 viveu na Grécia, em Paris, Londres e Barcelona – após o que regressa ao Peru. Em Lima pôde, finalmente, dedicar-se em exclusivo à literatura e ao jornalismo, nunca abandonando a intervenção política que o levou a aceitar a candidatura à presidência da República em 1990.
Vive entre Madrid, Lima e Nova Iorque, escrevendo romances, ensaios literários, peças jornalísticas e percorrendo o mundo como professor visitante em várias universidades. Entre os muitos prémios que recebeu contam-se o Rómulo Gallegos (1967), o Príncipe das Astúrias (1986) ou o Cervantes (1994). Em 2010 foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura.

Nota de Imprensa da Quetzal.

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O LITERACIA 3D – o desafio pelo conhecimento

A Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, vai acolher na próxima sextafeira, a partir das 14:30, a grande final da primeira edição do LITERACIA 3D – o desafio pelo conhecimento, uma iniciativa da responsabilidade da Porto Editora que convoca os alunos dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico a porem à prova as suas competências em três dimensões do saber: leitura, matemática e ciência.

Na final participarão 62 alunos em representação dos 18 distritos e das duas Regiões Autónomas, que foram apurados após a realização de duas fases de seleção. A primeira fase realizou-se na sede dos agrupamentos escolares, em novembro passado, e a segunda fase, de carácter distrital, em março último. No total, mais de 60.000 alunos de todo o país, representando mais de 500 estabelecimentos do ensino público e privado, responderam a este desafio pelo conhecimento. Na tarde da próxima sexta-feira serão conhecidos os vencedores na literacia da leitura (5.º ano de escolaridade), matemática (7.º ano de escolaridade) e ciências (8.º ano de escolaridade).

O LITERACIA 3D – o desafio pelo conhecimento tem o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República e conta com o apoio de importantes instituições ligadas à Educação e à Cultura – o Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Educação, a CONFAP, a Rede de Bibliotecas Escolares, o Plano Nacional de Leitura, a Sociedade Portuguesa de Autores, o Observatório dos Recursos Educativos, o Conselho de Escolas, o Centro Nacional de Cultura e a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo – e de personalidades de reconhecido mérito académico e científico: António Sampaio da Nóvoa, Carlos Reis, Eduardo Marçal Grilo, Júlio Pedrosa e Manuel Sobrinho Simões.

Com esta iniciativa única no nosso país, a Porto Editora tem como objetivo ajudar os alunos portugueses a desenvolverem as suas competências, a consolidar as aprendizagens e a elevar os respetivos níveis de conhecimento, procurando contribuir desta forma para o desenvolvimento dos índices educacionais e culturais do nosso país.

Nota de Imprensa Porto Editora

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Viagens com o Charley pela América, de John Steinbeck

Escritor americano com uma extensa obra literária focada sobre a
América, John Steinbeck quis, aos 58 anos, redescobrir o seu país. A
bordo de uma camioneta a que chamou Rocinante, tendo apenas
como companhia o cão-d’água Charley, partiu numa viagem de mais
de três meses do Maine à Califórnia, atravessando quarenta Estados
norte-americanos. Dessa expedição resultou o livro Viagens com o
Charley, que a Livros do Brasil publica a 2 de junho, e que permanece
hoje como uma das obras mais surpreendentes de Steinbeck, onde o
discurso diarístico se enlaça com o ficcional e onde se sente ressoar
um alerta profético de uma enorme atualidade, nomeadamente em
temas como o racismo, o consumismo e a degradação da Natureza.
Viagens com o Charley foi lançado pela primeira vez em meados de
1962, meses antes de o autor ser distinguido com o Prémio Nobel da
Literatura, e alcançou um êxito estrondoso. Com um olhar de algum
humor e muito ceticismo, Steinbeck produziu uma reflexão crítica que
é também uma reunião de memórias, um autorretrato de um homem
que até então pouco assumira na sua obra como autobiográfico.

John Steinbeck nasceu em Salinas, na Califórnia, em 1902, numa
família de parcos haveres. Chegou a frequentar a Universidade de
Stanford, sem concluir nenhuma licenciatura. Em 1925 foi para Nova
Iorque, onde tentou uma carreira de escritor, cedo regressando à
Califórnia sem ter obtido qualquer sucesso. Alcançou o seu primeiro
êxito em 1935, com O Milagre de São Francisco (Tortilla Flat na
edição original), confirmado depois, em 1937, com a novela Ratos e
Homens. Em 1939, publicaria aquela que, por muitos, é considerada
a sua obra-prima, As Vinhas da Ira. Entre os seus livros, destacam-se
ainda os romances A Leste do Paraíso (1952) e O Inverno do Nosso
Descontentamento (1961), bem como Viagens com o Charley (1962),
em que relata uma viagem de três meses por quarenta Estados norteamericanos.
Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1962. Faleceu
em Nova Iorque, a 20 de dezembro de 1968.
Na Livros do Brasil foram já publicados os livros As Vinhas da Ira, A
Pérola, O Inverno do Nosso Descontentamento e A Taça de Ouro.

Nota de Imprensa Livros do Brasil.

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Doce Carícia, de William Boyd

31Quando Amory Clay nasceu, na década que antecedeu a I Guerra, o seu pai desapontado, deu-lhe um nome andrógino e anunciou o nascimento de um filho. Mas esta filha que nasceu não se deixa definir pelos outros; Amory tornou-se uma mulher que não aceita que lhe imponham limites para o que isso pode significar e, mal se viu com a sua primeira máquina fotográfica nas mãos, passou a ser também alguém que regista sempre a sua própria versão dos acontecimentos. Circulando livremente entre Londres e Nova Iorque, entre o fotojornalismo e a fotografia de moda e, também, entre os homens que a amam sempre de um modo complexo, Amory impõe-se como alguém capaz de arriscar tudo, como uma apaixonada passageira da vida. A sua fome de experiências leva-a a conhecer a decadência da Berlim da República de Weimar e a violência dos motins dos camisas negras de Londres; fá-la viajar até à Renânia com as tropas aliadas; e, mais tarde, até ao epicentro do turbilhão político de um Vietname dividido pela guerra. No curso da sua ambiciosa carreira, os momentos fundamentais do século xx tornar-se-ão igualmente os momentos inesquecíveis da sua própria biografia.

Nota de Imprensa D. Quixote.

 Doce Carícia

Vale a pena ler livros novos? | José Pacheco Pereira in “Público”

Sendo nós finitos, estamos limitados e temos de fazer escolhas. Se eu pudesse ler tudo, não havia problema.

Todas as vezes que lemos um livro, deixamos de ler outro. É mesmo assim, positivo e negativo, para os poucos milhares de livros que podemos ler, mesmo sendo grande leitores. Já uma vez fiz este cálculo e na melhor das hipóteses, numa vida de grande leitor, dificilmente se pode ultrapassar os 4000-5000 livros e já é contar por cima. Ler, quer dizer, ler mesmo, não consultar a badana, nem folhear o índice, nem ler a contracapa. E neste cálculo estão livros de poesia pequenos e grandes romances, uns dando para os outros o número de páginas e o tempo da leitura. 4000-5000 livros é para a Mensagem de Pessoa e para a Montanha Mágica de Thomas Mann.

Embora neste cálculo eu inclua todos os livros, ficção, poesia, ensaio, história, biografia, etc., há um problema que penso ser interessante colocar para os livros de criação, ficção, poesia, teatro e similares – vale a pena ler livros novos? Ou, dito de outra maneira, se não temos tempo para ler o património fundamental da literatura dos últimos 2500 anos, vale a pena perder tempo a ler livros “novos”, a esmagadora maioria dos quais desaparece da memória literária a alta velocidade, porque, no fundo, nada tinham a acrescentar de novo ao património anterior? Recentemente um artigo de Tim Parks na New York Review of Books levanta esta questão, o que me leva a retomá-la, até porque já escrevi sobre ela há vários anos.

Já uma vez coloquei essa pergunta de modo biográfico, dizendo que, por regra, não lia nada que não tivesse aguentado dez, quinze anos, de “necessidade de leitura”. Isso provocou reacções muito negativas. Eu, se fosse autor de ficção contemporânea, não acharia graça nenhuma em ser substituído na leitura nem que fosse por Balzac ou Tolstoi. Compreendo bem as reacções, mas elas não iludem o problema: vale a pena ler livros novos de ficção, poesia, teatro, etc.? Não está tudo já escrito e reescrito com qualidade já testada e com real ligação com o que de mais indispensável existe na nossa história cultural? Como podemos viver sem Ibsen, Molière, Bocaccio, Stendhal, Cervantes, Safo, Virgílio, mesmo quando já não temos tempo para os ler como merecem sem também já escolhermos entre Proust ou Claudel, ou Dickens e Conrad, ou Nabokov e Updike? Sim, porque mesmo num cânone muito limitado, e tendo nós que ler outras coisas, sejam manuais escolares, sejam livros técnicos, sejam memórias, sejam livros de actualidade, o tempo não chega. É um problema que tem sentido colocar, porque, sendo nós finitos, estamos limitados e temos de fazer escolhas. Se eu pudesse ler tudo, não havia problema. Tem de existir por isso argumentos a favor de ler o “novo” por testar e perder assim algo do antigo já testado.

Vejamos os argumentos. Deixemos de lado a história do autor fundamental, mas ignorado pelo seu tempo. Podia estar a deixar passar algo de muito importante apenas porque é do meu tempo e ninguém notou essa importância a não ser que seja lido agora. O autor ignorado é, em grande parte, um mito romântico, porque não há assim tantos casos de autores fundamentais, que tivessem passado despercebidos, nem que seja pela elite intelectual que depois os transporta para o cânone. Mas admitindo que há, e que eu com este critério o ignoraria, trata-se de uma excepção à regra, que deixa intocado o problema.

Outro argumento a favor de se ler “o que sai” é o argumento de Virginia Woolf que Parks cita, a possibilidade de ler de forma lustral, virgem, um autor que não transporta consigo o peso dos julgamentos do passado, e sobre o qual posso fazer um julgamento meu, “descobri-lo”. É um argumento que pode atrair os críticos literários, ou os que são profissionais da leitura crítica, mas não me entusiasma, porque o número de “descobertas” será naturalmente muito escasso em relação ao que tenho de ler, ou ao que deixo de ler. Este último aspecto é sempre para mim muito relevante, embora compreenda que ele pese mais num leitor velho do que num leitor novo.

Depois há um outro argumento, que é igualmente sério, que nos leva a perguntar: mas por que razão tenho de só ler clássicos, coisas a sério, literatura pura e dura, em vez de ler o que me apetece, romances light, literatura cor-de-rosa, livros de auto-ajuda, recordações de gente do jet-set, memórias do Cristiano Ronaldo, ou o livro do momento sobre o espantoso crime ocorrido em Freixo-de-Espada à Cinta? Ou não ler, que não é morte de homem.

Este argumento é imbatível, cada um pode ler o que lhe apetecer, a mais lúdica e ligeira das literaturas, e isso é também ler. Penso, aliás, que este “ler” comunica mais do que se pensa com a leitura criativa, nobre e “cultural”. Mas penso que este é um argumento forte no plano da liberdade individual, do gosto pela leitura, sem os constrangimentos que tem o intelectual em querer (ou ter) de encontrar na literatura… literatura. E a minha pergunta é uma típica pergunta de intelectual, elitista e minoritária, mas mesmo assim, insisto, com sentido: vale a pena ler livros novos?

O mais forte argumento a favor de ler livros novos é a perda, nessa não leitura, de muitos aspectos sobre a sensibilidade dos tempos de hoje que Homero, Dante, Shakespeare, Leopardi, ou Mann não podiam ter. O passado, queira-se ou não, até por ser passado, é mais “doméstico”, já acabou, não tem mais nada para dar, já sabemos o que aconteceu, precisamos de algo diferente, logo, precisamos de mais presente. Insisto que considero este o melhor argumento a favor de ler livros novos, mas também não me chega.

É um argumento sério, porque implica um confronto com a contemporaneidade que tem um elemento autobiográfico: eu também vivi esses tempos, logo, vejo-os de forma diferente, não leio da mesma maneira. A frase de Hartley sobre o “passado como um país estrangeiro” poderia também ser sobre o “presente” – nada é mais “estrangeiro”, até porque eu vivo lá.

Quando leio o livro de Coetzee, Disgrace (A Desgraça), eu percebo o drama e a culpabilidade dos brancos na África do Sul numa dimensão a que nunca chegaria sem o livro. E sobre a sombra de uma culpabilidade colectiva, que faz aceitar a violência criminal dos negros, não podia ser escrito antes do século XX com esta intensidade dramática e ao mesmo tempo soft, como se não fosse violência, mas um “estado”. Nem a literatura do Holocausto trata da mesma coisa, embora também com ela se possa fazer o mesmo exercício de indispensabilidade do presente que o livro de Coetzee permite.

O mesmo se passa na novela de Philip Roth The Dying Animal (O Animal Moribundo), um retrato único do desejo e da morte, que podia ser uma novela de Tchekov, mas não é. É outra coisa, há ali uma dimensão sobre a doença, sobre a devastação do corpo, sobre a idade, sobre os intelectuais, que só um judeu de Nova Jérsia podia ter escrito, no século XX. A descrição da doença é algo que os contemporâneos fazem de uma forma única, até porque a sua ecologia médica, hospitalar, subjectiva, não tem paralelo no passado. Não é a Dama das Camélias, nem a tuberculose no sanatório de Davos, é o cancro.

Estes exemplos são a favor de ler alguns livros “novos”, mas não são um argumento a favor de ler por sistema livros novos. E não me chega, porque não tenho tempo, nem agora, nem nunca. É como aquele argumento terminal da inevitabilidade dos nossos dias: “Não há dinheiro. Qual destas palavras não percebe?” Eu diria para os livros: “Não há tempo. Qual destas palavras não percebe?” E por isso escolho não ler, por regra, livros novos, o que significa que sou um ignorante muito especial.

José Pacheco Pereira

https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/vale-a-pena-ler-livros-novos-1676273

 

HISTÓRIAS FULMINANTES | 386 | ptn

Desde criança, lembrava-se bem do conselho inúmeras vezes repetido: não te deixes levar pelos sonhos. Mas era jovem e a sua sede de conhecimento levara-o atrás do sonho dos sonhos. Um dia esteve perto de descobrir a origem do universo. Começou a escrevê-lo na ânsia de partilha. Porém, antes de terminar o mais belo poema, decidiu queimá-lo. Que seria do Homem sem uma reserva de mistério? Que seria das gerações seguintes, sem porquês? Certificou-se de que nada mais do que cinzas restava e foi deitar-se na esperança de que tudo não tivesse passado de um sonho mau. Na manhã seguinte, levantou-se e foi para o parque perguntar o Sol, a luz, as cores e os corpos. Sorriu.

Pedro Teixeira Neves

Terra Fresca, de João Leal

Passado em Sintra, Lisboa, Finlândia e Estados Unidos, um romance sobre o papel de cada um no destino e decisões dos outros.

Cinco anos depois de Alçapão, João Leal regressa à publicação e traz a lume Terra Fresca, um romance que parte das vésperas da Segunda Guerra Mundial e ecoa setenta anos depois, nas gerações seguintes, ligando personagens por um misterioso destino.

Sobre o livro: 

Passado em Sintra, Lisboa, Finlândia e Estados Unidos, Terra Fresca é por vezes melódico, outras vezes repleto de ação. O texto transporta-nos ao longo de setenta anos através de um grupo de personagens impossíveis de esquecer, sempre sob o espectro da dúvida sobre o que é real ou não, sobre o que acontece sem causa e o que é obra de um desígnio maior. Com uma ligação subtil ao seu primeiro livro, Alçapão, respondendo a algumas questões que tinham ficado em aberto, Terra Fresca confirma João Leal como uma das novas vozes mais originais da literatura portuguesa, capaz de unir a crítica especializada ao favor de um público mais vasto.

Sinopse: Em vésperas de Segunda Guerra Mundial, Francisco Alonso, responsável pela construção do Castelo dos Mouros, em Sintra, faz uma descoberta involuntária que se irá revelar determinante para o destino de todos os que o rodeiam.

Quando a filha nasce com o braço direito inerte, a família está longe de saber o que se esconde por trás da misteriosa enfermidade. Quando a maldição por fim se revela, a harmonia familiar sofre um golpe quase fatal e todos terão de dar o melhor de si para se adaptar.

Setenta anos mais tarde, o neto de Alonso, Jónatas, músico e artista plástico, suicida-se, arrastando consigo a sua irmã Lucinda. A carta que deixam aos melhores amigos desafia-os a seguir o fio narrativo até às causas deste trágico fim. A história terrível e maravilhosa da família: Alonso revela-se assim a David e Sofia, amigos de Jónatas e Lucinda, obrigando também David a enfrentar os seus próprios demónios.

João Leal nasceu em Lisboa, em 1973. Estudou Teologia, curso que deixou incompleto. Foi livreiro. Entre 2003 e 2005 manteve o blogue Bicho Escala Estantes. É casado, tem três filhas, mora na Vila de Sintra. A Quetzal publicou em 2011 o seu primeiro romance, Alçapão.

Nota de Imprensa da Quetzal.

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