Escrevi amor no mapa do teu corpo
com a vagarosa bússola dos sentidos
escavei a ondulação do mar revolto
nas águas do teu porto desabrido.
Não fugi às intempéries
nem à devastação do litoral
desfraldei as velas no limiar do horizonte
e repousei os remos no fim do temporal.
E quando o dia clareou silente
na alegria do lençol já repousada
eu pude ver na pupila dos teus olhos
o perfil abrasador da madrugada.