Há duas chávenas vazias em cima da mesa. Trazes um bule com água a ferver, que poisas em cima de uma base. Sentas-te. Sem dizeres uma palavra, levantas a mão e dás-me uma bofetada. Fico estancado, de boca aberta, a face a arder. Depois, calmamente, despejas a água nas duas chávenas. Ouço uma delas a estalar. Não consigo desviar o meu olhar de ti. Terá sido a minha?
Bruno Barão da Cunha