Daniel de Sá
Dois de Março de 1944. Três horas da manhã, hora da guerra, que pela do povo seriam duas ainda. Uma casinha ao lado de baixo da do meu avô materno. Nasci. Depois fui quase nómada até aos trinta anos. Uma vintena de mudanças de residência, com dois quartéis em Portugal continental e dois seminários em Espanha pelo meio. Estudos divididos por Santa Maria (4ª classe e 4º ano dos Liceus), Ribeira Grande (5º ano), Ponta Delgada (Magistério Primário), Valência (Filosofia e Teologia) e Granada (Teologia). Casamento em 31 de Março de 1974, com a rapariga mais bonita da Maia. Temos duas filhas e um filho. E duas netas e um neto.
Crónicas e artigos de jornal são muito mais que um milhar. Livros, bem contados, dezanove. O que tem feito mais sucesso: Ilha Grande Fechada. Aquele que vários leitores consideram literariamente mais bem conseguido: O Pastor das Casas Mortas. O que talvez fosse o primeiro que eu salvaria de um naufrágio: E Deus Teve Medo de Ser Homem. O que foi escrito com maior sentimento: Santa Maria, a Ilha-Mãe. Aquele que mais agrada ao povo da minha terra: Sobre a Verdade das Coisas. Um capítulo perfeito, segundo as minhas ambições: o último, de Terceira, Terra de Bravos.
Artigos:
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