António Tavares, vence Prémio LeYa 2015

O júri do prémio Leya, reunido nos dias 12 e 13 de outubro de 2015 em Alfragide, deliberou por unanimidade distinguir a obra O Coro dos Defuntos, de António Tavares. O anúncio público realizou-se no dia 13 de outubro de 2015 na sede da LeYa, em Alfragide.

Lê-se na declaração do júri: «Estamos perante um romance que tem uma construção sólida, conduzindo o leitor através de uma escrita que inscreve em paralelo o percurso do país e o do mundo ficcional, sem que um se sobreponha ao outro. O romance reanima, com conhecimento empático e com ironia, uma ruralidade ancestral – flagrante nos ambientes e nos modos de viver, nos horizontes de crença e nos saberes empíricos, na linguagem e na imaginação mítica. E é sobre esse fundo ancestral que vêm inscrever-se as notícias das transformações aceleradas do mundo contemporâneo e o jogo de alusão e de metáfora sobre o devir da nossa sociedade e o agonizar do antigo regime político – até ao anúncio da revolução.

É sempre o plano narrativo que predomina, dado através do recurso a uma forma inovadora na apresentação da voz narrativa, que alterna entre o quadro da província beirã e o mundo da emigração na Suíça e nos Estados Unidos.

À versatilidade na composição da narrativa e no cruzamento de vozes e perspectivas corresponde a diversidade de personagens – realistas e simbólicas, típicas e insólitas -, num estilo que sabe combinar matizes tradicionais e actuais da língua portuguesa.

O que é também um aspecto original é o interesse de uma ficção que está sempre a surpreender, integrando aspectos de crenças e visões do mundo popular que tocam o fantástico.»

Sobre o autor

António Tavares (Angola, 1960) formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e é Pós-graduado em Direito da Comunicação pela mesma universidade. Foi professor do ensino secundário e, atualmente, exerce o cargo de vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz. Escreveu peças para teatro – Trilogia da Arte de Matar, Gémeos 6, O Menino Rei -, estudos e ensaios – Luís Cajão, o Homem e o Escritor; Manuel Fernandes Thomás e a Liberdade de Imprensa; Arquétipos e Mitos da Psicologia Social Figueirense; Redondo Júnior e o Teatro – entre outros. Foi jornalista, fundador e director do periódico regional A Linha do Oeste. Fundou e coordenou a revista de estudos Litorais. Como romancista, obteve uma menção honrosa no prémio Alves Redol, atribuída em 2013 pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ao romance O Tempo Adormeceu sob o Sol da Tarde, ainda no prelo, e foi finalista do Prémio Leya 2013 com a obra As Palavras Que Me Deverão Guiar Um Dia, publicado em Setembro de 2014 pela LeYa/Teorema e que posteriormente foi galardoado no Festival do Primeiro Romance em Chambéry, em França, e finalista do Prémio Fernando Namora.

Sobre o júri 

O júri do Prémio LeYa 2015 foi constituído por Manuel Alegre (presidente),  Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, escritores, e ainda José Carlos Seabra Pereira, Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, Reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, Professora da Universidade de São Paulo.

Finalistas 2015: saiba aqui quais os titulos finalistas da edição deste ano do Prémio LeYa e respetivos pseudónimos.

Fonte: LeYa.

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