Águas que correis ligeiras
sem contenção nos caminhos
e que cantando trazeis
sonatas de ribeirinhos
por entre pedras e verdes
na frescura da manhã…
Sabei que também eu cantei
com o ímpeto das nascentes
e que arrisquei travessias
com a força das torrentes.
Mas já não corro nem salto
nem ouso sequer sonhar
as travessuras do cântaro
junto da fonte a cantar…
Finou-se a asa da fonte
quebrou luz a cantadeira
e o rio quando passa
já não tem força nem graça
nem gritos de bebedeira.
maria isabel fidalgo
(inédito 20-04-2016)