Só dentro de mim te posso nomear
Ou cantar-te em verso emudecido
Silenciar a água transbordada
Que junto ao mar bebi contigo.
Só dentro de mim vi eu roseiras
De aromas trazidos dos pinhais
Quando à voz da chuva enlouquecida
Juntei a minha em sons nasais.
Sei que havia sol e mesmo estio
No lume rubro dos teus braços
Mas só depois da morte renasci
Inteira eu em mil pedaços.
Só no silêncio te posso nomear
Com ténue pudor embaraçado
Mas a chama que ardeu dentro de mim
Foi vulcão em lava desatado.
maria isabel fidalgo
( in ” Antes de Mim um Verso” )