Só sei que foi amor
a farpa aguda do teu ser
e que derramei no mar e nos caminhos
o sofrimento doloroso que passei
no trilho dos espinhos.
Hoje interrogo-me baixinho
se valeu a pena essa epopeia
de versos dolorosos
escritas ao sabor da minha pena.
Não sei.
Só sei que pergunto ao vento ao rio à ave
a rota do teu voo
e que na amplitude da manhã
no fervor da dor
a asa escreve outro poema.
maria isabel fidalgo