Quem dera fosse possível
um dia, já libertada do pó,
do pus, do pecado,
da fétida carne,
dos excrementos,
das excrescências do corpo,
a alma flutuasse etérea
entre outras almas,
brancas como as areias
de outras praias de lá,
onde pudesse gozar
a pureza pulcra do belo
e da verdade.
Quem dera fosse possível
às almas que se amaram
que um reencontro as unisse
numa comunhão sideral
para se amarem sem grades
em banquete universal.
Maria Isabel Fidalgo