Na avenida, seguiu à esquerda, evitava assim a Livraria Cultura, estava cheio de tudo que vinha carimbado com o selo do sistema. Não acreditava haver literatura em mensagens servidas como um pudim depois de farta feijoada, cheirava um pouco à psicanálise que acabava de deixar de lado. Além disso, deveria seguir o planejado, morreria no vão do MASP, nada de ilusões, de putas travestidas de rainha de sabá, do satânico testando Jó. Passou horas diante de um livro de anatomia para não cometer erros. Cortaria a artéria radial, de nada adiantaria cortar veias. Não cometeria um único deslize, não deixaria alma caridosa dizer que salvou a vida de algum histérico.
(continua)