São tantas as ruas do teu riso
que me perco nos atalhos e vielas
e deixo que as horas deslizem
devagar e lentas pela boca
num soar de harpa.
Deito-me no teu riso
e gosto do halo sobre os lábios
carnudos e líricos
como o calor de uma morna à noite
no corpo da praia
enrolado de fogo
à hora rubra do poente.
São tantas as ruas do teu riso
que o percorro com cautela
e mesmo assim tropeço descarada
nas fendas da calçada
(pecado de sol
escaldado de lua).
maria isabel fidalgo