acontecem nascentes ao longe
E poentes incendeiam
A pálida safira dos meus olhos.
E eu neste começo sem fim.
Hábil sou agora
na análise
do meu sangue.
Colhendo amostras
Até desfalecer
Num leito de vidro invasor
na lamela uma gota de seiva
enquanto as horas do mundo
se consomem, sumindo,
subindo, fugindo de mim:
– Não, não mais o egoísmo da cegueira! –
– e vão-se as horas das minhas veias
E eu neste começo sem fim.
(Vera de Vilhena, inédito, Janeiro 2015)