Categories: Poesia

Um poema de Günter Grass

O QUE FOI, JÁ LÁ VAI

Uns dias atrás abri um armário
há séculos fechado.

Pendiam no seu interior cabides
dos quais nada de material pendia.

Tratei então de carregar cabide após cabide
com a tralha dos amigos mortos.

Para que me perdurassem
enchi todos os bolsos com bolas de naftalina.

Um cabide ficou vazio,
provavelmente para mim.

Depois fechei o armário
e engoli a chave.

Sobre a Finitude, de Günter Grass

 

A recensão no Acrítico, leituras dispersas.

Sobre o livro.

Ilustração do autor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Das Letras

Share
Published by
Das Letras

Recent Posts

Gonçalo M. Tavares vence Prémio Literário Vergílio Ferreira 2018

Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…

7 anos ago

Gente Lusitana | Paulo Fonseca

Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…

7 anos ago

Marcos Barrero, poeta de coração paulistano | Adelto Gonçalves

I A exemplo do que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) disse do poeta argentino Rodolfo…

7 anos ago

Em homenagem a Cassiano Nunes | Adelto Gonçalves

                                                    I         Primeiro de uma série de cinco volumes, Poesia - Obra Reunida (Brasília: Universidade de Brasília/Thesaurus Editora,…

7 anos ago

Desvão de Almas, Miicrocontos, Editora Penalux, SP | Silas Corrêa Leite

O professor Silas Corrêa Leite, jornalista comunitário, conselheiro diplomado em direitos humanos, ciberpoeta e blogueiro…

7 anos ago