Sobre a Finitude, de Günter Grass

Subitamente, e contrariando todas as afrontas da velhice e da «finitude», quase tudo parece tornar-se, de novo, possível: cartas de amor, monólogos, dramas ciumentos, cantos do cisne, sátiras sociais e instantes de felicidade sucedem-se no papel. Subitamente, a prosa breve e ritmada encontra um eco polifónico numa épica sucessão de poemas exuberantes ou concisos e surpreendentes. Subitamente, assistimos a um alegre desdobrar de sentidos e narrativas que o desenhador completa ou complementa.

Só um artista amadurecido, que repetidamente escapou à morte, pode abordar estes temas de forma tão triste e astuta, tão sábia e sensata, sem nunca abdicar da sua combativa vitalidade.

Grass oferece-nos aqui um comovente conjunto de pequenas narrativas cristalizadas em miniaturas artísticas que se manifestam no presente. Em Sobre a Finitude o Prémio Nobel da Literatura cria, através de uma fascinante e recíproca dinâmica entre poesia, prosa e ilustração, a sua derradeira obra de arte.

Nota de Imprensa D. Quixote.

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