Poema | Maria Isabel Fidalgo

 

 

que madrugadas traz a tua voz
no trinco do frio invernoso
que em a ouvindo a cotovia
logo se solta em voo aparatoso?

que faluas trazem os teus braços
minha flor de colmeia desgrenhada
que em as provando a andorinha
logo esvoaça toda estouvada?

que luas trazes cintilantes
no ardor desse riso estival
que em as vendo a borboleta
logo ascende ao céu em espiral?

que frutos que maçãs que malvas
adornam as vertentes do teu rosto
que em lhes sentido o odor
logo a abelha tece o mosto?

não sei não amor
nem digas nada
que o verão da tua boca
guardo-o eu no frio acordada.

Maria Isabel Fidalgo