que madrugadas traz a tua voz
no trinco do frio invernoso
que em a ouvindo a cotovia
logo se solta em voo aparatoso?
que faluas trazem os teus braços
minha flor de colmeia desgrenhada
que em as provando a andorinha
logo esvoaça toda estouvada?
que luas trazes cintilantes
no ardor desse riso estival
que em as vendo a borboleta
logo ascende ao céu em espiral?
que frutos que maçãs que malvas
adornam as vertentes do teu rosto
que em lhes sentido o odor
logo a abelha tece o mosto?
não sei não amor
nem digas nada
que o verão da tua boca
guardo-o eu no frio acordada.
Maria Isabel Fidalgo