É preciso recordar o medo
E trazê-lo à luz da hipocrisia
É preciso recordar o Holocausto
Com olhos viúvos de alegria.
É preciso chamar a humanidade
Ao espelho da sua cobardia
E recordar os corpos desnudados
Magros de sonho e fantasia.
É preciso recordar os rostos
De quem não pediu para nascer
E chorar com lágrimas de sangue
As crianças que não chegaram a crescer.
É preciso lavar o ódio até varrer
A poeira torturada de amargura
Dos que lixo foram antes de o ser
Na cova da anónima sepultura
maria isabel fidalgo