Os dias foram passando sem que houvesse notícias do irmão. Luís contou as horas, contou os dias, contava já a primeira semana. Não sabia o que esperar. Era demasiado tempo. Depois de ter prometido que daria notícias, Manuel atrasara-se.
O tempo foi passando e Luís desistiu da espera. Fechou-se em casa. Chorou. Tinha 18 anos e o irmão mais velho abandonara-o, em plena crise. Não havia esperanças. Começou a fazer a mala. Fugiria, para qualquer lado onde houvesse um prato de sopa.
Estava a mala pronta quando recebeu uma carta. Era do irmão. Rasgou o papel com entusiasmo. Lá dentro, estava um rectângulo que mudaria a sua vida. Um bilhete de avião.
João Nogueira Dias