Quando o condutor do camião saiu de casa, dirigiu-se para o veículo que conduzia, assobiando uma melodia que lhe estava no ouvido. Entrou no camião, ligou o motor e iniciou a marcha. Tinha andado cerca de cem metros quando se lembrou que a carteira ficara em casa. Como se poderia ter esquecido, se a rotina preenchia aqueles momentos da manhã, imediatamente antes da saída para o trabalho. Parou o camião e correu até casa. Pegou na carteira e saiu.
O trabalhador estava pendurado, por uma corda, a mais de cem metros de altura, utando o seu trabalho num edifício bastante alto. Estava muito cansado, pelo facto de não ter dormido, na noite anterior. Com o cansaço, nem reparara que tinha atado a corda de forma errada.
Desde que o nó começou a ceder, até que a corda se soltou, não passaram dez segundos. O trabalhador caiu, tendo tempo para pensar que a morte o esperava, no chão. O camião passou por ali, nem antes, nem depois, exactamente no momento em que o trabalhador chegava àquele ponto. Este caiu na caixa do camião, cheia de areia. Depois de se sacudir, parou para pensar na sorte que tivera.
João Nogueira Dias
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