Dizem nos corredores da corte que o povo vive com circo e pão o que é distribuído fartamente de modos
vários, sabendo os reis que no continente todas as pessoas admiram o futebol, que até rei tem, o que alivia as tensões. Mas o pregador que vive nas ruas chama a atenção do ocorrido com outros reis, alguns degolados em praça pública diante da histeria coletiva de uma revolta curtida no dia-a-dia, e que nenhum
bajulador previu.
Diante de mim vi fartura sobre a mesa e sobra ser jogada no lixo, presenciei homens que deviam zelar
pelo rebanho na luxúria, enquanto se discutia as estratégias que seriam
aplicadas para acabar com a fome e a ignorância, mas meu corpo não tem preço, saí dali certo de que aqueles homens não restituiriam o que não lhes pertence pelo teor divino.
Suposta esta primeira verdade como certa e infalível, não será a lei divina o portão para a solução, quando a rapina é tomar o alheio violentamente contra a vontade de seu dono, muitas vezes havendo ares de licitude no ato ilícito, sendo a lei aplicada de modo diferente entre as pessoas. Sei que não devia falar em latrocínio e rapina
para quem espera lisonjas, mas não são minhas as palavras, mas é a voz do povo que clama por justiça nas ruas.
(Continua)