Ao entardecer do estio, meu amor
no tempo das amoras trepadeiras
quando vacilava a luz do sol
as teias da paixão eram arteiras.
Crepitava junto à minha a tua boca
fatia de maçã avermelhada
suspirava na água a doce fonte
ávida do cântaro que entornava
Ao redor de nós aloirava o azul
do éden macio, doce e farto
estendido no manto da lonjura
E na bola laranja do arrebol
duas brasas cerzidas numa só
ardiam num alarido de loucura.
maria isabel fidalgo