Talvez
Eu seja agora
Outra mulher.
Talvez
Que sobre mim
Eu vista um novo olhar.
Talvez em cada madrugada
Eu diga
Estou aqui
Neste lugar
Que sempre foi o meu.
Aquilo que sonhar
Ou que fizer
Aquilo que pensar
Ou que disser
Será por obra e graça de ser eu.
Ser mulher
É repartir
É repetir
Em cada gesto
O mesmo amor.
É oferecer
Quer ao sorriso
Quer à dor
Cada segundo
Que temos para cumprir.
Talvez
Eu seja agora
Outra mulher
Na forma de sentir
E de me expor.
Tentei
Construí.
Fui laço
Aliança
Berço e trave
Alicerce
Chave
Tecto e abraço
Porta que se abre
Janela por onde a luz
Inunda o espaço.
Caminhei
Consegui.
Mas sei
Que apenas dei
Não recebi.
Soledade Martinho Costa
Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…
Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…
I A exemplo do que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) disse do poeta argentino Rodolfo…
I Primeiro de uma série de cinco volumes, Poesia - Obra Reunida (Brasília: Universidade de Brasília/Thesaurus Editora,…
O professor Silas Corrêa Leite, jornalista comunitário, conselheiro diplomado em direitos humanos, ciberpoeta e blogueiro…