São assim os meus dias
Pus-me à janela
a ver passar os barcos
carregados de espuma.
Navegavam nos teus olhos verdes
com as flâmulas agitadas
pelos ventos alísios.
Só depois de passarem
reparei que estavas
tão longe de mim
como eu estava dos barcos
carregados de espuma.
São assim os meus dias à janela
enquanto espero pelo teu regresso.
© António Garcia Barreto
—
Visão
Que mulher é aquela lá longe
recortada entre a espuma e o areal
vestida de neblina
e com um colar de coral?
Uma ninfa deste século
numa pincelada de azul esbatido
ou o descanso dos meus olhos
numa beleza de sonho fingido?
Agora que se aproxima
envolta em carne de desejo
só faltava que chegasse perto de mim
e me desse um beijo.
© António Garcia Barreto (Magoito/Ago1975)
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