Saio devagar do teu corpo
como se lá não tivesse estado
e tento distrair-me das tuas mãos
e até das minhas
estas mãos inúteis que tocaram
com veludo de teclado
a dor antes do amor.
Saio devagar de uma longa ferida
como galho sem árvore esborrachado no chão.
Podia dizer ave mas tenho as asas ceifadas
e ave ou galho é igual neste caso:
galho ou ave é a chave
que não dá a volta ao trinco enferrujado
da casa desabitada.
Saio devagar do teu corpo
onde nunca estive sem que não doesse
antes do amor
e onde chorei depois dele
sem que tu visses.
maria isabel fidalgo
Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…
Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…
I A exemplo do que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) disse do poeta argentino Rodolfo…
I Primeiro de uma série de cinco volumes, Poesia - Obra Reunida (Brasília: Universidade de Brasília/Thesaurus Editora,…
O professor Silas Corrêa Leite, jornalista comunitário, conselheiro diplomado em direitos humanos, ciberpoeta e blogueiro…