Poema- Quietação‏ | Maria Isabel Fidalgo

É domingo e o sol escorre pelas paredes
lambe os cantos líquidos
apregoa a luz das aves
e a leveza do amanhecer.
Há uma quietação de luzeiro
sobre as margens da memória
e dos diminutivos do tempo
esse tempo de barcos vadios
nas fronhas da manhã.
Hoje sou menina na arca dos segredos
e caminho para o verão.
Hei de deitar-me na areia à tua espera
e repetirás as palavras de salvação
silentes nos olhos.
Hoje sou um rio de luas brancas
e vens pelas dunas de água
que te esperam .
maria isabel fidalgo
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