Poema- Quietação‏ | Maria Isabel Fidalgo

É domingo e o sol escorre pelas paredes
lambe os cantos líquidos
apregoa a luz das aves
e a leveza do amanhecer.
Há uma quietação de luzeiro
sobre as margens da memória
e dos diminutivos do tempo
esse tempo de barcos vadios
nas fronhas da manhã.
Hoje sou menina na arca dos segredos
e caminho para o verão.
Hei de deitar-me na areia à tua espera
e repetirás as palavras de salvação
silentes nos olhos.
Hoje sou um rio de luas brancas
e vens pelas dunas de água
que te esperam .
maria isabel fidalgo
Das Letras

Share
Published by
Das Letras

Recent Posts

Gonçalo M. Tavares vence Prémio Literário Vergílio Ferreira 2018

Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…

7 anos ago

Gente Lusitana | Paulo Fonseca

Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…

7 anos ago

Marcos Barrero, poeta de coração paulistano | Adelto Gonçalves

I A exemplo do que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) disse do poeta argentino Rodolfo…

7 anos ago

Em homenagem a Cassiano Nunes | Adelto Gonçalves

                                                    I         Primeiro de uma série de cinco volumes, Poesia - Obra Reunida (Brasília: Universidade de Brasília/Thesaurus Editora,…

7 anos ago

Desvão de Almas, Miicrocontos, Editora Penalux, SP | Silas Corrêa Leite

O professor Silas Corrêa Leite, jornalista comunitário, conselheiro diplomado em direitos humanos, ciberpoeta e blogueiro…

7 anos ago