as intempéries talharam este rosto.
de chama. calcinada.
o seu silêncio é um latido do tempo.
António Ramos Rosa
Percorro as artérias do vazio, as veias
do silêncio laceradas: desvendo cicatrizes
calcinadas na lenta combustão
do fogo-frio. Despojos de fulgor?,
do desvario?, as rugas, as raízes magoadas
que suam, que resistem, secas, magras,
nas águas apagadas, em pousio. Rechina
o queimor da cal silente: esfarela, esfola
a terra, coalescente escorre sobre o corpo,
o corpo todo. Exausta, fatigada a terra
estua, e morde e bebe a sede e acesa
e crua conjuga o silêncio até ao osso.
Domingos da Mota
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