Esgotado o filão, perdido o rasto
do veio que chegou até ao fundo,
no mais fundo poço, o ar nefasto
contagia os pulmões, torna-se imundo
e logo sufocante. E, ademais,
os gases venenosos, poluentes,
empestam as fissuras naturais
e corrompem o fio das nascentes.
Esboçado o quadro, eis a paleta
com as tintas sombrias do futuro,
uma vez que o presente nos afecta
quando infecta o fluxo de ar puro
que piora de forma inexorável,
até ser puramente irrespirável.
Domingos da Mota
[inédito]