Nas praias de lá | Maria Isabel Fidalgo

Quem dera fosse possível
um dia, já libertada do pó,
do pus, do pecado,
da fétida carne,
dos excrementos,
das excrescências do corpo,
a alma flutuasse etérea
entre outras almas,
brancas como as areias
de outras praias de lá,
onde pudesse gozar
a pureza pulcra do belo
e da verdade.
Quem dera fosse possível
às almas que se amaram
que um reencontro as unisse
numa comunhão sideral
para se amarem sem grades
em banquete universal.

Maria Isabel Fidalgo

Das Letras

Share
Published by
Das Letras

Recent Posts

Gonçalo M. Tavares vence Prémio Literário Vergílio Ferreira 2018

Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…

7 anos ago

Gente Lusitana | Paulo Fonseca

Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…

7 anos ago

Marcos Barrero, poeta de coração paulistano | Adelto Gonçalves

I A exemplo do que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) disse do poeta argentino Rodolfo…

7 anos ago

Em homenagem a Cassiano Nunes | Adelto Gonçalves

                                                    I         Primeiro de uma série de cinco volumes, Poesia - Obra Reunida (Brasília: Universidade de Brasília/Thesaurus Editora,…

7 anos ago

Desvão de Almas, Miicrocontos, Editora Penalux, SP | Silas Corrêa Leite

O professor Silas Corrêa Leite, jornalista comunitário, conselheiro diplomado em direitos humanos, ciberpoeta e blogueiro…

7 anos ago