não sou a normalidade
porque não quero ser
a bestialidade e o obscuro
sou a serena chuva abundante
que nas margens
alimenta os parques selvagens que florescem
sou a selva mártir
que estilhaça
em sons inaudíveis
a misteriosa seiva dos anjos e dos medos
na terra dos mil sóis
calaram-se as árvores
e só cabe a luz dos cegos e dos certos
nada é silêncio
tudo galopa dentro da noite
pedras escuras e negras
alimentam a nudez dos fiéis
na serena escuridão
morre-se nas costas
das árvores caladas
POR CFBB