Não | Domingos da Mota

 

 

Não é por trinta dinheiros
que me vendo, que me rendo,
me submeto ao tremendo
ónus dos flibusteiros,

ou que cedo à voz do dono,
ao coro de paus-mandados
que trazem velhos recados
com sinais de desabono.

Se trinta dinheiros são
o preço da traição,
não serei um novo Judas,
como pensas, como julgas

dos que ousam dizer não.

Domingos da Mota

[inédito]