Se eu perder a inspiração
cobre-me de novo com os teus olhos
alados de flores
para que cresçam poemas em pântanos secos
com compassos de rimas perfumadas
Se eu perder a inspiração
abre estrelas na escuridão do tempo
e ilumina de sílabas o sarro das palavras sujas
como astros de fogo
na doce transpiração da noite
Se eu perder a inspiração
canta-me uma cantiga galega
ao levantar da alba
com o corpo húmido
de amor
e busca-me na fonte
onde vou lavar camisas
alba eu menina
de minha mãe
filha velida
Se eu perder a inspiração
e formos pelo inverno dentro
protege-me do gelo
e traz-me a tua voz manselinha
caiada de trevos à beira da ermida
onde te aguardo rodeada de ondas
que altas são
para me afogar no mar alto
antes do rio.
maria isabel fidalgo
Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…
Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…
I A exemplo do que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) disse do poeta argentino Rodolfo…
I Primeiro de uma série de cinco volumes, Poesia - Obra Reunida (Brasília: Universidade de Brasília/Thesaurus Editora,…
O professor Silas Corrêa Leite, jornalista comunitário, conselheiro diplomado em direitos humanos, ciberpoeta e blogueiro…