Quem te disse, meu amor de mar,
meu leão de maré, minha onda antiga,
meu cavalo marinho, minha espuma da noite,
minha flor afogada, meu cofre de ametista,
minha vertigem, minha corda bamba,
minha ponte, meu mirante, meu verso branco?
Quem te disse das mãos de cinza pela tarde,
do sal da boca pela manhã, dos olhos
nas esquinas, do cheiro a febre do outono,
das colheitas sempre por fazer, do vinho,
da cor do vinho, do doce vinho da paixão,
do espanto, do terror, da ira dos terramotos?
Quem te disse, meu amor, mentiu.
Verdade és tu e os teus sentidos,
os teus pressentimentos, os teus sonhos,
o teu olhar de fera ou o teu olhar de pomba,
o teu desejo em fonte ou o teu desejo em fogo,
O resto, os mundos saberão se aconteceu.
Licínia Quitério, em Os Sítios
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