Sacro perfume de chuvas estendidas
em solo dourado ergues-te no vazio
do silêncio e da água nasces como
sombra transformada em segredo
persistes como um raio de sol ancorado
no poema e vais repondo a fenda das
estações até compores a paz de um rio.
Ó testemunha de pétalas e de reflexos
a flor que me olha é a breve memória de
uma paisagem maior enraizada
prece que flui na carta que chega e
na que parte, coração que amanhece
na montanha dos teus olhos
Gisela Ramos Rosa, in “um extenso Continente” Antologia de homenagem a António Salvado, p. 129 (2014)
Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…
Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…