Foram os corpos desenhos de caminhos
traçados no labor dos dias úteis
em vermelhas praias calorosas
em lívidas luas friorentas.
Aprumados cresceram entre penhascos e lonjuras
atentos sempre à inclinação das noites.
Com versos brancos na língua incendiados
acrescentaram pele a outra pele.
Depois veio o deserto e os corpos
aprenderam novas sedes
já não de águas correntes
mas de estrelas.
Do deserto ao dilúvio foi um palmo de vida
e então os corpos se fizeram casco
se fizeram vela e navegaram.
Não se perderam.
Eram eles o mapa da viagem.
Licínia Quitério, em “Poemas do Tempo Breve”, edição de autor, pág 17
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