A Viagem Vertical que passa por Barcelona, Porto, Lisboa e Madeira.
Existe a viagem circular, a do regresso ao lugar de origem descrita na Odisseia. Mas existe também a viagem sem regresso, a odisseia retilínea e sem Ítaca que transforma um indivíduo que já não regressa a casa.
Neste segundo registo deve incluir-se a original modalidade da viagem vertical, que é aquela que empreende, no plano geográfico e no plano vital, o protagonista de A Viagem Vertical, o livro de Enrique Vila-Matas que a Assírio & Alvim publica a 23 de julho. Este é um romance atlântico — uma viagem com passagens por Barcelona, Porto, Lisboa e Madeira — mas também uma história de iniciação à cultura e um clássico romance de aprendizagem, não fosse o facto de o seu protagonista ter uma idade em que, geralmente, já ninguém aprende nada. No epicentro do livro está o drama de uma geração de espanhóis que, por causa da guerra civil e dos anos de barbárie que se lhe seguiram, viu truncadas a sua formação cultural e as liberdades republicanas.
Nesta história, o protagonista Federico Mayol, homem de negócios, aficionado de póquer e nacionalista catalão, um dia depois de celebrar as suas bodas de ouro, vê-se obrigado pela sua mulher, de forma surpreendente e absurda, a deixar para sempre o domicílio conjugal. Como sempre em Vila-Matas, pululam aqui os fantasmas da velhice, da solidão e da loucura, cintilando o dilema entre a sobrevivência e o suicídio.
O autor
Enrique Vila-Matas nasceu em Barcelona, em 1948. Aos vinte anos parte para Paris, autoexilado do governo de Franco e à procura de maior liberdade criativa. O apartamento onde se instalou foi-lhe alugado por Marguerite Duras. Durante esses anos subsistiu realizando pequenos trabalhos como jornalista para a revista Fotogramas e chegou mesmo a participar como figurante num filme de James Bond.
As suas obras combinam o ensaio, a crónica jornalística e o romance. A sua literatura, fragmentária e irónica, dilui os limites entre a ficção e a realidade.
Possui uma vasta obra narrativa que se inicia em 1973 e se encontra traduzida para 29 línguas. É um dos maiores escritores espanhóis da atualidade e tem conquistado inúmeros prémios, no seu país e no estrangeiro.
Fonte: Nota de Imprensa da Assírio & Alvim.