Será este o poema do fim da tarde,
De um tempo envolto em luz líquida
Escorrendo das madeiras,
Das paredes de pedra tosca, dos vasos vazios?
Serão estas as horas em que a folha branca
Se aclara sob o véu solar que a rouba ao frio?
Apenas dou conta do silêncio,
Do sussurro de asas que se arrumam em surdina
E das aves, carpideiras, chorando lágrimas de resina.
A luz desmaia nos braços da noite
Que, embalando, avança e perdura;
Será este o poema da tarde morrendo
Sem um adeus, sem mortalha ou sepultura?
(in “Fora do Mundo”, pág.176, Poética Edições, 2014)
Vera de Vilhena
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