A colheita | Domingos da Mota

   

 

  O pouco que sobrou

     de quase nada

 

Manuel Alberto Valente

 

Quase nada é pouco,

mas o pouco é tanto

que apesar de pouco

sobrepuja e quanto

 

o nada que sendo

quase nada, assim

se foi refazendo

(quem me dera a mim).

 

Quase nada é sumo,

sendo o pouco a súmula

do rigor, do apuro

do pequeno acúmulo

 

de que ora sobra

a colheita,

a obra.

 

 

Domingos da Mota

 

[inédito]

Das Letras

Share
Published by
Das Letras

Recent Posts

Gonçalo M. Tavares vence Prémio Literário Vergílio Ferreira 2018

Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…

7 anos ago

Gente Lusitana | Paulo Fonseca

Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…

7 anos ago