Sentaram-se as duas senhorinhas, o corpo de uma encostava no vestido de poliéster da outra, sobre o banco em frente à entrada da estação do subterrâneo. No colo, cada qual possuía uma pilha de panfletos impressos Jesus Hoy e sorria aos passantes sem parar. Desde que lhes retribuí o gesto pueril, seguem-me.  Avisto-as do canto da janela de casa, donde me fazem refém.

Kátia Bandeira de Mello Gerlach

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