O Apolo é capaz de falar dias seguidos sobre o amor. Nunca teve dificuldades na retórica; é um poço de teoria acumulada sobre o assunto. Mas a prática ficou-lhe sempre aquém das palavras. Quando me negava um simples abraço, ele transformava-me numa Venus mal-amada. O desamor pelo Apolo foi uma morte lenta, um desespero contínuo, mas não foi uma vontade. O nosso ocaso sentimental foi uma fatalidade pregada pela incúria, pelo imprevisto ou, como temos nomes de deuses, talvez pelo destino.

«Romance Passageiro» é a viagem de Apolo e Venus pelo amor e desamor. Após o término da relação, ambos partem em busca do que foram, são, e anseiam ser. O mundo será o cenário desta caminhada, sem destino definido no tempo ou na narrativa.

Ficção interactiva, «Romance Passageiro» está aberto a participação dos leitores como personagens secundárias. Para tal, basta contactar o autor Paulo M. Morais.

António Ganhão

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