Cruzámo-nos na Rua de Cedofeita, fim de tarde de domingo, Junho passado. Eu distraído, de repente entrevejo, debaixo do braço, passando, um garrafão. Dentro, um carro de bois. Logo filei o passante. Que estava com pressa; se quisesse entrevista, o procurasse no dia seguinte, em casa. Anotada a morada, foi-se. Apressado.
Dei por mim pasmado no passeio, tal qual o meu amigo Ivo Ferreira, homem do cinema, que na ilha do Príncipe decidiu permanecer um ano para tentar perceber “isso de um gajo ir ao fim da tarde para a rua arrastar o chinelo, com o seu chapéu, passear uma carcaça, uma carcaça cortada ao meio, sem nada lá dentro”.
E, no Porto, o que fará um homem ir para a rua passear um garrafão?
(Continua)
Augusto Baptista
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