Nos degraus da igreja, de capuz sobre a cabeça, o cineasta bebe um vinho claro, espraia os olhos pelo arraial.
As raparigas passeiam e riem-se. Outros dormem à sombra das árvores. A aldeia é pequena. Vendem-se alhos, pimentos, sorrisos. À beira água, uma donzela penteia-se, os cavalos bebem, um anão chapinha. Cabras, ovelhas, joanas por toda a parte.
O cineasta sorri. Por entre as ruínas observa o rosto das donzelas, a postura dos estropiados, as manigâncias dos pedintes, os sorrisos comerciantes.
João Pedro Mésseder
Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…
Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…