Não Há Tantos Homens Ricos como Mulheres Bonitas Que os Mereçam, de Helena Vasconcelos

Quando uma grande leitora se lança à escrita de um romance, fá-lo pela mão de Jane Austen.
Ema Bovary, Ana Karenina, Maria Luísa (prima de Basílio): mulheres criadas pela literatura que viram nos romances que protagonizam a sua vida corrompida pelo consumo de matéria literária. Também Ana Teresa DeWelt, a mulher do romance de Helena Vasconcelos, mergulha no universo da autora de Orgulho e Preconceito, enquanto em fundo está o retrato dos dias que correm entre Lisboa e Londres e outros lugares de Austen.

«O mundo divide-se entre as pessoas que gostam de Jane Austen e as que não gostam» diz Ana Teresa DeWelt. Ou entre estas e as pessoas que ainda não leram Jane Austen. Helena Vasconcelos conduz os leitores de qualquer dos mundos numa revisitação contemporânea de Jane Austen, através dos olhos de uma leitora, também ela, apaixonada pela escritora e convertida à literatura contra as normas vigentes do seu tempo – apesar de usar o email, o facebook, as mensagens curtas de telemóvel.

Sobre o livro:
Helena Vasconcelos é uma profunda conhecedora da obra de Jane Austen e neste seu primeiro romance põe em contraponto o universo da escrita da inglesa de oitocentos e o da heroína contemporânea, Ana Teresa DeWelt, jovem mulher do século XXI, que procura a felicidade, estudando incessantemente os seus indícios e pensamentos, ainda que velados, na prosa austeniana.
O papel das jovens adultas na sociedade do fim do século XVIII e início do século XIX (com os seus ritos, costumes, valores, preconceitos) não é certamente o mesmo nos dias de hoje. Muitas coisas mudaram nas sociedades e na maneira como valorizam, ou não, a mulher, mas nem tudo mudou. Este divertido romance, cujo título foi retirado de Sensibilidade e Bom Senso, é também uma sátira de costumes e cumpre a «agenda» dos livros de Austen: debaixo da aparência de normalidade e conformidade com as regras (também literárias), observa e critica com ironia e subtileza, os meandros da família, da amizade, do interesse material, do desejo e do amor.

Helena Vasconcelos nasceu em Lisboa. Tem vivido, com algumas interrupções, em Portugal. Escreve crítica literária para o jornal Público e dedica-se à promoção da leitura. Ganhou, em 1988, o Prémio Revelação do Centro Nacional de Cultura com o livro de contos Não Há Horas Para Nada. Outras obras: Mário Eloy, o Astro do Desassossego (monografia), e A Infância É Um Território Desconhecido, ensaio literário publicado, em 2009, pela Quetzal. Em 2012 publicou, na mesma editora, Humilhação e Glória – O Acidentado Percurso de Algumas Mulheres Singulares.

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