Lembro-me de Jesus, espinhos numa cruz, não que o conhecera. Identifico-me com santos, oxalás, iemanjás, totems e budas magros ou obesos e, no caso de Jesus, a impressão que guardo é da fotografia de sangue impressa no escapulário, os retratos de agora me aborrecem porque de nós dois velhos sentados neste banco de concreto posso dizer com precisão que milhares de fotografias são tiradas e ignoraremos por quem. Capturam-nos sob os holofotes exagerados, os helicópteros rasantes, os pombos buscam nos derrubar ao se aproximarem da minha e da tua testa para mordiscarem esta pele sem viço.
Kátia Bandeira de Mello-Gerlach
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