Exercício para se não encontrar o chão do mar

Experimentemos a rua inclinada da urbe.

A vitrina que se sucede à vitrina, em fileira na via que para uns sobe e para outros desce, serve o próprio, não para se imaginar em elaborações a partir de si enquanto vulto, mas para se ver como um outro, irreparavelmente, se insiste em nela se reconhecer. Assim pode que aconteça também aos amores que passam de nada a tudo e de tudo a nada, ao mutuamente se fixarem.

Gabriela Ludovice

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